Acordo sobre gás boliviano deve sair este mês

O governo da Bolívia e a Petrobras informaram nesta segunda-feira (9) que devem fechar ainda neste mês um novo contrato para as operações da estatal brasileira no país, como prevê o decreto de nacionalização do gás e do petróleo. Na véspera, o candidato o

As declarações sobre um acordo iminente surgiram durante uma reunião preparatória de um próximo encontro entre ministros de Energia de ambos os países, a três semanas do vencimento do prazo estabelecido para a redefinição dos contratos. “Bom ambiente, boas negociações, mas temos um longo caminho a percorrer”, disse a jornalistas o presidente da filial boliviana da Petrobras, José Fernando Freitas.



Freitas disse que “sim, vamos por um bom caminho”, na direção de um rápido acordo. Já o ministro boliviano dos Hidrocarbonetos, Carlos Villegas, lembrou que ainda faltam três semanas para o prazo. “Esperamos que nos próximos dias tenhamos um acordo”, afirmou.



Villegas informou que, depois das reuniões técnicas, será marcado o encontro com seu colega brasileiro, Silas Rondeau, ainda antes de 28 de outubro, prazo-limite para os novos contratos. O ministro disse ainda que “estão sendo discutidos e analisados também os temas medulares do contrato” com outras empresas estrangeiras, como a espanhola Repsol-YPF, a francesa Total e a britânica British Gas.



Histórico da crise



O decreto assinado em 1º de maio pelo presidente Evo Morales devolve ao Estado boliviano a propriedade de todos os recursos energéticos e reestabelece os direitos da estatal local, a YPFB. As empresas estrangeiras que operam no país passam a receber entre 18% e 50% do valor do petróleo e gás produzidos. Antes, a proporção era inversa, com as estrangeiras ficando com 82%.



A maior parte das reservas da Bolívia estão na forma de gás natural, exportado para Brasil e Argentina. A Petrobras, que além de produzir e exportar gás também controla as duas únicas refinarias do país, é o maior operador do setor, com cerca de US$ 1,5 bilhão investidos na última década e já amortizados pelos lucros obtidos com a venda do gás.



As negociações entre Bolívia e Petrobras abrangem não só os novos contratos de operação como também a transferência das refinarias para a YPFB. Enquanto isso, a YPFB e a Petrobras mantêm outras conversações, a respeito do pedido boliviano de aumento do preço do gás vendido a São Paulo, cerca de 26 milhões de metros cúbicos por dia.



Com agências