Coréia do Norte rejeita resolução da ONU

Pressionada pela aprovação unânime de uma resolução punitiva pelo Conselho de Segurança (CS) da ONU, a Coréia do Norte rejeitou completamente na tarde deste sábado (14) as sanções impostas ao país.

Antes de abandonar a reunião na sede das Nações Unidas, o embaixador norte-coreano, Pak Gil Yon, expressou seu “desapontamento” com a adoção da resolução 1718 pelo CS da ONU, que pune Pyongyang pelo teste nuclear realizado na última segunda-feira (9).


 



Segundo o embaixador norte-coreano, a ONU “perdeu completamente a imparcialidade” e cedeu a pressões dos Estados Unidos, que “continuam a ameaçar” o país asiático com “um ataque preventivo”.


 



“O teste da Coréia do Norte é inteiramente devido às pressões e ameaças dos EUA. A Coréia do Norte foi compelida a provar sua capacidade nuclear para se proteger. Não teremos mais nenhuma arma nuclear no momento em que cessar a ameaça norte-americana”, declarou o embaixador de Pyongyang em discurso, logo após a votação que aprovou a resolução.


 



Pak Gil Yon afirmou ainda que a intensificação da pressão americana será encarada como uma declaração de guerra. Ele disse que o país asiático está “pronto para a negociação, o diálogo e o confronto” e, em seguida, abandonou a sala.


 



Resposta


 



A atitude de desafio do norte-coreano teve uma resposta imediata do embaixador dos EUA na ONU, John Bolton.


 



“Não vou desperdiçar nosso tempo respondendo às declarações do representante da Coréia do Norte, mas gostaria de chamar a atenção do CS da ONU para aquela cadeira vazia. É a segunda vez em três meses que a Coréia do Norte ignora uma resolução unânime do CS e abandona esta sala”, afirmou o folclórico Bolton, em tom ameaçador.


 



Apesar da rejeição da Coréia do Norte, os demais países membros do CS da ONU elogiaram a resolução 1718, que classificaram de uma “resposta firme e apropriada” ao teste nuclear anunciado por Pyongyang.


 



Sanções


 



A resolução 1718 exige que a Coréia do Norte elimine completamente seu arsenal nuclear, mas nega a possibilidade de uma ação militar contra o país –de acordo com uma exigência da China e da Rússia.


 



Ficam banidas a importação e exportação de materiais e equipamentos que possam ser usados para fabricar armas nucleares ou mísseis balísticos. A resolução exige ainda que todos os países congelem bens de pessoas que colaborem com o programa de armas da Coréia do Norte.


 



Em outra exigência de russos e chineses, foi eliminada a proibição total da venda de armas convencionais para a Coréia do Norte. Alternativamente, a resolução embargou apenas o comércio de equipamentos pesados como tanques, navios de guerra, aviões de combate e mísseis.


 



Foi “solicitado” também que os países inspecionem a carga que entra e sai da Coréia do Norte de forma a impedir o tráfico ilegal de armas de destruição em massa e mísseis balísticos. No texto da resolução, a palavra “decide” foi trocada por “solicita”, de forma a aliviar a sanção que não agradou a chineses e russos.


 



Mesmo após a alteração do texto, o embaixador da China, Wang Guangya, declarou após a votação que a inspeção de carga ainda não era aceitável para Pequim.


 



Com agências internacionais