Delegado constrange oposição e diz que PF não é manipulada 

Os presidentes do PSDB, Tasso Jereissati (CE), e do PPS, Roberto Freire (PE), reuniram-se com o presidente da Associação dos Delegados da Polícia Federal, Sandro Avelar.  Esperavam que ele referendasse as acusações de que a polícia está sofrendo pres

 


A oposição esperava que o presidente da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal referendasse suas críticas de aparelhamento da instituição, mas foi constrangida diante das câmeras a uma declaração de que a PF não sofre qualquer manipulação do governo nas investigações sobre o escândalo do dossiê.


 


Sandro Avelar, que dirige a ANDPF, pediu um encontro com os comandantes do PSDB, do PFL e do PPS nesta tarde e fez os três partidos acreditarem que teriam um aliado nas críticas de aparelhamento da PF.


 


Cálculo errado. O objetivo do delegado não era unir-se ao coro nem ofender a instituição que representa, mas aproveitar a polêmica sobre a PF para apresentar um projeto de lei reivindicando a autonomia da corporação federal.


 


A jornalistas, ele negou peremptoriamente qualquer tentativa do Ministério da Justiça de tutelar e dirigir o inquérito a favor do PT, ponderando que “seria leviano afirmar que há manipulação”.


 


“As investigações são isentas e estão sendo conduzidas da maneira que deve ser feita, o prazo (do inquérito) é bem razoável”, disse Avelar, para surpresa dos jornalistas e constrangimento de líderes da oposição, que posavam a seu lado diante das câmeras de TV.


 


Inicialmente, o encontro havia gerado nos partidos que apóiam a candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência da República a esperança de dar musculatura à pressão pelo surgimento da origem do dinheiro e expor nos jornais um fato negativo aos adversários. Mas o movimento acabou tendo efeito contrário.


 


A oposição acusa o governo e a própria PF de fazer uma “operação tartaruga” para descobrir a origem do 1,7 milhão de reais apreendidos pela polícia. O montante seria usado por petistas para pagar um dossiê que incriminava políticos tucanos.


 


“Quero que essa isenção seja transformada em lei”, completou.


 


Ao lado do presidente do PPS, deputado Roberto Freire (PE), e do presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), Avelar defendeu seu projeto de independência.


 


“O momento é oportuno para colocarmos à mesa essa discussão”, argumentou.


 


“Se não há manipulação, porque pedir a independência da PF?”, questionaram jornalistas diversas vezes.


 


“Enquanto nós não tivermos a nossa autonomia prevista em lei, nós sempre vamos estar sujeitos a essa preocupação”, respondeu Avelar.


 


Fonte: Reuters