Oposição quer ganhar “no tapetão”, denuncia campanha Lula

A coordenação da campanha da coligação “A Força do Povo”, em entrevista coletiva à imprensa na noite desta segunda-feira (16), em Brasília, diz que irá para a ofensiva contra a tentativa de adversários de vencer “no tapetão”.

A denúncia foi feita pelo coordenador-geral da campanha Lula, Marco Aurélio Garcia, e pelos governadores eleitos pelo PT, Jaques Wagner (Bahia) e Marcelo Déda (Sergipe),  “O fato objetivo é que a oposição está tentando mirar no presidente Lula e está acertando na democracia brasileira”, acusou Déda.
 
Eles alertam para uma manobra da oposição que coloca em risco as instituições democráticas brasileiras. Ao tentar mobilizar a OAB  (Ordem dos Advogados do Brasil) e outras instituições contra a Polícia Federal, se utilizando, para isso, de informações falsas e fatos requentados, os adversários políticos de Lula estão criando um clima de instabilidade no processo eleitoral que pode levar à tentativa de “fraudar a vontade popular”, avaliam.
 
Segundo Marco Aurélio Garcia, a campanha não aceitará passivamente a tentativa de setores da oposição de “vencer no tapetão” e atuará para preservar a vontade popular.  Ele ressaltou que todas as investigações necessárias estão sendo feitas. “Não se pode lançar um manto sobre as instituições da República para tentar mirar contra essas próprias instituições e fraudar a vontade popular. Esta posição passará”, afirmou.


 


Informação requentada


 


Parte dessa operação foi desencadeada pela revista Veja, que, na edição desta semana, requentou informações, sem nenhuma base na realidade, para animar setores da oposição a retomar acusações levianas contra a candidatura Lula.


 


Utilizando-se dessas “informações”, representantes de partidos de oposição – PSDB, PFL, PPS e o presidente do PMDB, Michel Temer, se reuniram nesta segunda-feira para traçar estratégia contra a Polícia Federal, tentando envolver o Congresso, o Judiciário e a OAB em tal manobra. 


 


“Pesquisite aguda”


 


“Eles estão envolvendo a OAB não para colaborar com um processo democrático, mas para colocá-la em rota de choque com outra instituição democrática, que é a PF, sem nenhum dado ou prova. Sem nenhum fato objetivo”, disse o governador eleito de Sergipe, para quem a oposição está sofrendo de “pesquisite aguda”, uma síndrome que às vezes acomete os políticos que estão diante de pesquisas que lhe são amplamente desfavoráveis, explicou Déda. “O PSDB, o PFL e os seus aliados estão agora vivendo um caso clássico dessa patologia política”, acrescentou.


 


A estratégia definida pela campanha de Lula é marcar um posicionamento claro da campanha junto com representantes dos partidos coligados e aliados. Também ficou definido que os governadores petistas recém-eleitos conversarão com os demais governadores – da situação ou da oposição – para alertar sobre o risco dessa manobra perigosa.


 


Jaques Wagner anunciou que procurará outros governadores, inclusive José Serra (SP) e Aécio Neves (MG). “Quem é governador eleito quer pensar após 29 de outubro. Quer pensar na estabilidade democrática e na governabilidade do país. Por isso, vamos convocar outros companheiros já eleitos no primeiro turno. Vou procurar Serra e Aécio, sim, para saber se o país que eles querem receber é o país que eles estão produzindo com esse grau de suspeição sobre tudo e sobre todos. Isso é uma irresponsabilidade”.


 


O governador da Bahia acusou a oposição de “leviandade, oportunismo, desespero eleitoreiro, de pegar o patrimônio de uma Nação, que é exemplo de processo eleitoral do mundo inteiro, e querer tentar virar o jogo e ganhar na mão grande. Na mão grande, não vão ganhar”, disse Jaques Wagner.


 


Ações judiciais



 
Marco Aurélio Garcia anunciou que autorizou o departamento jurídico da campanha a tomar as medidas cabíveis contra reportagens da revista Veja desta semana, “que serão muitas”, segundo Garcia, inclusive contra ele próprio, caracterizado como “Bin Laden” pela revista.