Argentina e Bolívia assinam acordo energético de US$ 17 bi

Os governos da Argentina e da Bolívia assinaram nesta quinta-feira (19/10), na cidade boliviana de Santa Cruz de la Sierra, um acordo energético válido para os próximos 20 anos, nos quais estarão envolvidas cifras da ordem de US$ 17 bilhões.

Pelo acordo, cujo início efetivo está marcado para janeiro de 2007, os presidentes Néstor Kirchner, da Argentina, e Evo Morales, da Bolívia, La Paz ampliará sua capacidade de produção e exportação de gás, com a finalidade de abastecer várias províncias argentinas.



Evo Morales definiu o acordo como algo “estratégico para a integração latino-americana”. Kirchner lembrou que é a partir de parcerias como essa “é que construiremos uma nova realidade para a região”.



Bons negócios
O presidente boliviano destacou o papel desempenhado pelo seu colega argentino na negociação. Evo disse que os inúmeros problemas sociais dos países da América Latina só poderão ser resolvidos com a união de seus povos – e o acordo é um exemplo de política a ser copiado.



“Começamos a fazer bons negócios para a Bolívia. Kirchner sempre dizia que iria nos ajudar e que as enormes diferenças entre nossos países iriam acabar. Agora, de fato vão começar a diminuir”, afirmou Evo, destacando a importância dos US$ 17 bilhões que movimentarão a economia boliviana nas duas próximas décadas.



Nacionalização e Brasil
Evo fez questão de lembrar que o acordo assinado nesta quinta-feira pelos dois países só foi possível graças à política de nacionalização dos hidrocarbonetos colocada em prática no último dia 1º de maio.



“Antes da mudança da lei, nos governos anteriores, os ingressos econômicos não passavam de US$ 250 milhões. Agora, já alcança a casa dos bilhões de dólares”, destacou, lembrando que a negociação também foi vantajosa para a Argentina.



A respeito das negociações com o Brasil, Evo fez questão de deixar claro que haverá algum tipo de acordo semelhante, no qual os dois países certamente sairão satisfeitos. “Não faltará gás para o Brasil”, garantiu.