Gilberto Gil: Cultura saiu da obscuridade e do elitismo

Ao fazer um balanço sobre os quatro anos de sua gestão à frente do Ministério da Cultura (MinC), Gilberto Gil afirmou, nesta quarta-feira (25/10), que conseguiu tirar a pasta do obscurantismo e do elitismo. Segundo o ministro, a cultura passou a ser trata

“Esse período do MinC tem se caracterizado por uma visibilidade, saindo de uma certa obscuridade à qual estava condenado, criando uma capacidade de operação, saindo de um isolamento e de um certo elitismo”, disse Gil na Cinemateca, em São Paulo (SP).


 


“O MinC abriu trilhas e estradas”, acrescentou. “O percurso nos conduz à constatação de que ainda há muito que avançar, para que ações, programas e políticas cheguem para cada vez mais e mais brasileiros”. De acordo com ele, a gestão conseguiu incluir a cultura na agenda do governo.


 


Verba, um impasse
Mesmo sua pasta não tendo alcançado a meta de 1% do orçamento da União, Gil afirmou que “gostou muito” da experiência como ministro. As verbas repassadas ao MinC passaram de 0,2% do orçamento da União em 2003 para 0,6% em 2006 – fatia que deverá continuar em 2007.


 


Para Gil – e segundo recomendação da Unesco -, o adequado seria 1%. “Mesmo se tivéssemos a verba que hoje achamos adequada, talvez não tivéssemos feito tudo”, opinou. “Nunca se faz tudo. Aliás, é bom que não se faça tudo – é preciso deixar um pouco para o futuro fazer.”


 


O futuro da pasta
O ministro voltou a afirmar que ainda não decidiu se continua no cargo na eventual reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sobre os escândalos em que o governo se viu envolvido, Gil também repetiu que o importante era a “franca apuração das denúncias” – e que isto estava sendo “permanentemente garantido pelo nosso governo”.


 


“É obrigação de todos os cidadãos vivermos e resistirmos a tudo isso. Trabalharmos constantemente com o aperfeiçoamento do uso das instituições por parte do Estado”.


 


Investimentos liberados
O evento desta quarta-feira também serviu para o anúncio da liberação de 15 milhões de reais para projetos de artes cênicas – teatro, circo, dança e ópera -, provenientes de uma emenda de 29 milhões de reais apresentada pela Comissão de Educação e Cultura do Senado.


 


Em seu discurso aos artistas da área presentes na Cinemateca, Gil afirmou que as artes cênicas lideraram a captação de recursos por meio de leis de incentivo, conseguindo daí 392 milhões de reais nos últimos quatro anos.