Depoimento que incriminava petista no caso do dossiê é falso
O funcionário de uma empresa de eventos em Varginha (MG), Agnaldo Henrique Lima, mentiu quando disse que levou R$ 250 mil para o então coordenador da campanha do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), Hamilton Lacerda, para a compra do dossiê Vedoin contr
Publicado 27/10/2006 17:30
Agnaldo Henrique Lima será indiciado pela Polícia Federal por falsidade ideológica, já que mentiu ao incriminar o coordenador da campanha do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), Hamilton Lacerda. A Polícia Federal está investigando se há interesse eleitoral por trás do depoimento.Em depoimento ontem (26), Agnaldo disse que levou R$ 250 mil a Lacerda para a compra do dossiê que envolve o governador eleito, José Serra, com a máfia das sanguessugas.
Segundo o superintendente da Polícia Federal, em Cuiabá, Daniel Lorenz, a farsa foi descoberta depois que a PF foi ao banco e constatou que não havia os saques alegados por Agnaldo. ''A história é inconsistente e não se mostrou verdadeira'', disse Lorenz.
Agnaldo ainda disse à PF que o dinheiro pertencia ao empresário Luiz Silvério, seu patrão. De acordo com o depoimento, parte do dinheiro teria sido transferida para a conta de Agnaldo pelo próprio Silvério. O restante teria sido entregue a ele em espécie. Mas a polícia descobriu que era tudo mentira de Agnaldo.
Tucana envolvida com a fraude do dossiê
A mulher que apresentou o falso laranja, Aguinaldo Henrique, à Polícia Federal, é secretária do diretório municipal do PSDB em Pouso Alegre (MG). Essa informação foi confirmada ao site Conversa Afiada, do jornalista Paulo Henrique Amorim, pelo vereador da cidade Walter Modesto (PSDB).
Rosely Souza Pantaleão é conhecida em Pouso Alegre como Rosy Pantaleão. Segundo uma fonte, ela não é jornalista, mas mantém um site de informações na cidade. O site de Rosy Pantaleão é o www.tvuai.com.br.
Até as 16h43 desta sexta-feira, dia 27, o site de Rosy ainda mantinha a informação de que Aguinaldo Henrique era um laranja que levou dinheiro para Hamilton Lacerda.
Ainda segundo esta fonte, Rosy é uma pessoa muito conhecida em Pouso Alegre. Ao contrário do que a imprensa divulgou, ao que se sabe em Pouso Alegre, Rosy Pantaleão não é uma funcionária pública.
Em sua página no site de relacionamentos Orkut, Rosy Pantaleão se intitula jornalista e participa de comunidades relacionadas ao PSDB. Uma delas é a comunidade “PSDB na cabeça”.
Mais um mentiroso preso
Também ontem foi constatado que outra pessoa, desta vez sem nenhuma ligação com o caso do dossiê, estava usando histórias fantasiosas para prejudicar pessoas ligadas ao Partido dos Trabalhadores.
Trata-se do garçom Anderson Ângelo Gonçalves. O Ministério Público Estadual em Amparo pediu a prisão do graçom e seu desligamento do Programa Estadual de Proteção a Testemunhas (Provita) por falso testemunho em depoimento à Promotoria no Fórum de Amparo. O garçom é uma das testemunhas no caso da morte do prefeito de Campinas, Antonio da Costa Santos (PT), conhecido como Toninho.
Segundo informou o promotor André Luiz Bogado Cunha, o garçom disse que em 2002 foi impedido de depor em Campinas no caso Toninho por ter sido seqüestrado por um funcionário público de Amparo ligado ao PT e levado até um hospital da cidade, onde teria sido dopado. ''Tivemos acesso aos prontuários médicos, onde ficou registrado que o garçom chegou ao hospital com uma cólica renal e foi medicado apenas com um analgésico'', disse o promotor. ''Há pelo menos quatro anos ele conta essa história, e no depoimento houve várias contradições'', disse Cunha.
Toninho do PT morreu em 10 de setembro de 2001. ''Esse moço vive às custas de benefícios dados pelo fato de ele ser uma testemunha. Ele vislumbrou um modo de sobreviver e se manter em evidência. Já pedi o desligamento dele do Provita'', afirmou o promotor.
Para a viúva de Toninho, a psicóloga Roseana Garcia, Gonçalves deve ser investigado. ''Solicitei mais de uma vez ao Ministério Público que investigue esse rapaz. Ele faz acusações contra muitas pessoas, mas não é um mentiroso patológico, um louco solitário. Ele é articulado e deve ter sido orientado por alguém'', afirmou Roseana. O Estado não conseguiu falar com o advogado designado pela Justiça para defender o garçom.
Da redação,
com agências