PMDB e PDT já discutem apoio ao governo Lula

A primeira é a repetição de todo início ou reinício de negociação com o PMDB. Espero que desta vez se resolva mesmo a questão da direção do PMDB. As declarações do atual presidente, que nunca escondeu sua posição, a favor de FHC e do PSDB, não querem dizer nada. Uma vez instalado o segundo governo, ele vai trabalhar para a oposição, o resto é ilusão. Logo, trata-se de saber se há uma maioria no PMDB a favor de Lula e se ela vai disputar e vencer a convenção do partido. Assim é na política, o resto acaba sempre mal.

No PDT é a mesma história. A direção do partido é anti-Lula. Já no atual governo, a bancada, os prefeitos e o governador Waldez Góes, do Amapá, queriam apoiar e participar do governo Lula, mas a direção do PDT não. Agora vamos ver o mesmo filme: a bancada na Câmara dos Deputados querendo apoiar; a do Senado – que era contra – terá João Durval, da Bahia, a favor, assim como Waldez Góes.

Deste jeito, a bancada do PDT terá que resolver de que lado ficará e, se for o caso, trabalhar para uma mudança na direção do partido. De outro lado, PT, PSB e PCdoB precisam se entender com o PMDB e formar uma forte base de 200 deputados, com apoio do PP e do novo partido que surgiu da fusão do PL com outras siglas. Assim seriam 300 deputados, fora o PTB, que terá que resolver se fica com Roberto Jefferson ou não.

Se isso não for possível, poderá persistir a instabilidade na base do governo na Câmara dos Deputados. Fora isso, a governabilidade vai depender mesmo do programa do segundo governo, do crescimento e das reformas, começando pela política.

Fonte: Blog do Dirceu