Le Pen ameaça fazer um terremoto político na França

O líder ultra direitista francês Jean-Marie Le Pen ameaçou fazer “um terremoto político” caso tenham sucesso as pressões sobre políticos com cargo franceses para que ele não consiga as assinaturas necessárias para concorrer às eleições presidenciais do pr

“Não quero crer que por uma simples questão formal seria impedido submeter ao sufrágio dos franceses um candidato qualificado em 2002 para o segundo turno”, declarou Le Pen em entrevista a “Le Journal du Dimanche” divulgada neste sábado (28/10).



O presidente da Frente Nacional (FN) queixou-se que “faz-se todo o possível para dissuadir os prefeitos que me dêem suas assinaturas” e alertou que seria “um terremoto político com conseqüências terríveis” e uma “negação da democracia” se não alcançasse por isso os 500 votos de cargos públicos necessários para se apresentar. Disse que já recebeu “quase 400 assinaturas” e advertiu “aos que se arriscariam a impedir apresentar-me que assumiriam uma grande responsabilidade perante os franceses. Seria brincar com fogo”.



Ameaça
Le Pen assinalou que está seguro de chegar ao segundo turno das eleições presidenciais, como ocorreu em 2002, quando se qualificou junto ao presidente francês, Jacques Chirac, e superou em votos o candidato socialista, o então primeiro-ministro Lionel Jospin.



O líder ultra direitista acusou os que parecem ser os dois candidatos favoritos: o ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, pela direita e a ex-ministra socialista Ségolène Royal, presidente da região Poitou-Charentes.



“Eles têm uma coisa em comum: sua demagogia”, disse sobre Sarkozy e Royal, aos que criticou por terem “a atenção fixada nas pesquisas de opinião” e por crerem representar as aspirações dos franceses, o que lhes levou a “multiplicar as propostas populistas”.



Ele ainda citou a iniciativa de Royal de criar “júris populares” para controlar os cargos públicos ou a de Sarkozy de permitir espaços para fumantes nos bares-tabacarias, como exceção à proibição do tabaco em todos os locais públicos, que deve entrar em vigor em 1º de fevereiro.