Militantes já comemoram vitória de Ana Júlia no Pará

A candidata ao governo do Pará Ana Júlia (PT), que aparece à frente nas pesquisas de boca-de-urna, está na casa de seus pais, no bairro do Jurunas, em Belém, onde acompanha a apuração. Já tem grande concentração de militantes no local. Caso eleita, a fest

A candidata ao governo do Pará Ana Júlia (PT), que aparece à frente nas pesquisas de boca-de-urna, está na casa de seus pais, no bairro do Jurunas, em Belém, onde acompanha a apuração. Já tem grande concentração de militantes no local. Caso eleita, a festa será na Praça do Operário, no bairro de São Brás.


 


De acordo com o último boletim do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Pará, divulgado às 16h30, 60 urnas eletrônicas deram problema no Estado. Dessas, oito foram em Belém, o resto no interior. De todas que deram problema, só quatro foram substituídas por urnas de lona. O TRE recebeu 24 pedidos de liminar. Um deles foi contra o padre Eloy Waitt, acusado de comprar votos para coligação União Pelo Pará, do candidato Almir Gabriel (PSDB), por R$ 20.


 


Ana Júlia rompe ciclo de doze anos do PSDB no Pará


 


A vitória do PT rompe ciclo de doze anos de governos ininterruptos do PSDB no estado. É a primeira vez que uma mulher vai dirigir o estado. A senadora petista enfrentou quase toda a campanha com uma perna quebrada.


 


O acidente ocorreu antes do primeiro turno, no sudeste do Pará, quando caiu de um caminhão durante comício. Além do limite físico da candidata, o partido do Pará esgrimou com a escassez de recursos, e contra as máquinas administrativas do estado e da prefeitura de Belém.


 


Com as máquinas administrativas e o endosso do maior grupo de comunicação do
Norte, as Organizações Romulo Maiorana (ORM), os tucanos celebraram o campeonato antes da peleja, como o fez o PT nacional em relação a Lula no primeiro turno. Quando do conhecimento dos sinais de água no chopp do campeonato, os tucanos paraenses partiram para uma ofensiva.


 


Se o primeiro turno transcorreu pacato, no segundo a cidade foi inundada de bandeiras e adesivos dos tucanos. Mesmo passe de pares do eleito deputado
federal do PMDB, Jader Barbalho, foram “convencidos” a mudarem de time.


 


Ao apagar das luzes, foi produzido um panfleto ofensivo ao PT paraense, encartado de última hora no jornal de maior circulação do Pará, o Liberal, do grupo ORM. O mesmo com assinatura do jornalista Ronaldo Brasiliense, foi apreendido pela PF no município de Marabá.


 


No setor público foram registradas denúncias de coação sofridas por funcionários públicos a votarem em favor do médico Almir Gabriel. As denúncias partiram de militares, professores e do setor da saúde.


 


Os tucanos celebrizaram–se no derradeiro mandato pelo abuso na propaganda.
Na questão ambiental mostraram-se inoperantes. Sobre a eterna peleja pela terra, mantiveram oposição radical aos movimentos sociais.


 


Tornaram-se notórios em todo o mundo pelo Massacre de Eldorado, em 1996. No entanto, orgulhavam-se em propagar a realização de Zoneamento Econômico Ecológico, taxado por muitos como um catatau de mapas.


 


Ana Júlia vai enfrentar oposição na Assembléia, e forte pressão do setor rural, alinhado dos tucanos, que costumavam fazer vista grossa a devastação florestal, trabalhadores escravizados. Uma outra oposição será do principal veículo de comunicação. Um outro desafio petista será a garimpagem de quadro
técnico para assumir postos nas esferas federal e estadual.


 


Que elementos somaram a favor da vitória do PT no estado? A mera lógica da alternância do poder, que norteia a lógica da democracia, ou o cansaço do dos servidores públicos, que há dose anos não notaram melhoras em sua saúde econômica e funcional?


 


Estava correto o cacique Jader Barbalho, que alinhou os veículos de comunicação da família a favor dos petistas, e numa entrevistas declarou que: “Quem quiser vencer a eleição no Pará tem que se alinhar com o PMDB?” É Jader o maior vencedor das eleições no Pará? As crias rebeldes da costela de Barbalho, o atual governador Simão Jatene e candidato derrotado Almir Gabriel, terão para refletir sobre o assunto.


 


Bem, o certo é que a derrota soa estrondosa no ninho tucano, que tinha, segundo analistas, todos os ventos favoráveis para um vôo tranqüilo, e agora coleta as penas perdidas da trovoada.


 


Rogério Almeida é colaborador do www.forumcarajas.org.br