Niemeyer: Lula é indispensável para o Brasil e o nosso continente

Oscar Niemeyer, que como sabemos, é o maior arquiteto do Brasil e um dos maiores do mundo, manifestou o seu contentamento com a reeleição do presidente Lula, afirmando que “é um governo mais popular, voltado para o povo, e que há muito tempo nos faltava”. “Estou acompanhando tudo com muito interesse”, declarou Niemeyer, que se recupera de uma cirurgia no quadril.

Em entrevista concedida à Agência Brasil, Oscar Niemeyer destacou que a partir de agora, além de combater os problemas que existem no Brasil, o presidente Lula deve reforçar a defesa, a soberania e a liberdade do continente latino-americano. “Para tudo isso, Lula é indispensável”, disse.

Soberania

O arquiteto, artista plástico, escultor, escritor, que já completa 70 anos de carreira, com obras no mundo inteiro, esteve nesses últimos anos ao lado do governo Lula ressaltando a importância de uma América Latina forte e unida.  Niemeyer afirmou em artigo que “Lula sempre permaneceu solidário com aqueles que lutam pela defesa da América Latina – de mãos dadas com Hugo Chávez, Néstor Kirchner e Evo Morales”.

Oscar Niemeyer destacou que “vivemos em um momento no qual a defesa da pátria e da sua soberania entre nós não pode ser esquecida. E, para isso, a integração de todos os países que compõem a América Latina se faz essencial”. “Insisti”, afirma, “em que ele seria indispensável para o movimento de protesto contra o imperialismo norte-americano que se espalha pela América Latina. Movimento para o qual o Brasil se faz fundamental, por ser o país mais importante deste continente em que estamos”. 

Memorial

A solidariedade entre os países da América Latina, Oscar Niemeyer expressa estar presente em uma de suas obras, o Memorial da América Latina, em São Paulo, inaugurado em 1989 e que, segundo o artista, “é um gesto de grandeza e aproximação, um apelo a essa unidade política que nela há muito deveria estar estabelecida”.

Oscar Niemeyer não só é um marco na arquitetura moderna mundial, mas é um homem que trabalha e batalha por um país mais soberano e um mundo mais justo e igualitário. Como ele diz: “Sempre acrescentei nas minhas palestras que não dava à arquitetura maior importância, e não havia nada de desprezível nessas palavras.

Comparava-a a outras coisas ligadas à vida e ao homem, referia-me à luta política, à colaboração que todos nós devemos à sociedade, aos nossos irmãos mais desfavorecidos. O que se compara à luta por um mundo melhor, sem classes, todos iguais?”. Por Júlia Cruz, do jornal Hora do Povo