Americanos enfrentam problemas com urnas eletrônicas

Em Cleveland, alguns eleitores não foram ensinados como fazer para votar. Em Ohio, as máquinas não funcionaram em algumas seções. “Temos cinco máquinas, uma delas tem de funcionar”, afirmou Willett Scullank, mesário responsável por solucionar eventuais problemas em uma seção do município de Cuyahoga.

 

Em Delaware, município no Estado de Indiana, autoridades eleitorais pretendem estender o período de votação depois que um erro nas máquinas fez com que centenas de eleitores não conseguissem registrar o voto na urna eletrônica e precisassem recorrer às cédulas antigas.

 

Karen Wenger, mesária de uma seção de Delaware afirmou que os cartões responsáveis por ativar as urnas foram programados de maneira errada.

 

Com um terço dos americanos votando nos novos equipamentos e milhares de eleitores inscritos em novas bases de dados, além das mudanças em algumas regras, os observadores estavam preocupados com os problemas antes mesmo das eleições começarem.

 

O bom andamento das eleições legislativas desta terça-feira é considerado importante, principalmente depois do caos registrado na Flórida durante o pleito de 2000, responsável, segundo observadores internacionais, em uma fraude que elegeu o atual presidente, George W. Bush.

 

Em 2002, durante uma conferência para discutir maneiras de melhorar as votações no país, os Estados decidiram substituir os equipamentos utilizados, estabelecer novos registros estaduais para os eleitores, modificar o sistema de identificação do eleitorado e permitir que votos provisórios sejam feitos caso as máquinas apresentem algum problema.

 

“Não temos uma eleição com tantas mudanças há décadas”, afirmou Wendy Weiser, advogado do Centro Brennan de Justiça da Universidade de Nova York.

 

Os pequenos problemas podem interferir no resultado das eleições desta terça-feira já que a participação na votação para o Congresso é menor do que nas eleições presidenciais. Estima-se que 40% do eleitorado compareça às urnas.

 

De acordo com o Serviço de Informação Eleitoral, uma empresa de consultoria de Washington, 32% do eleitorado estava votando com equipamentos utilizados já nas eleições de 2004.

 

Aproximadamente metade do eleitorado está usando um sistema de scanner ótico para preencher a cédula eletrônica presente nos computadores. As máquinas com sistemas de toque são usadas por 38% dos eleitores, mas são consideradas mais suscetíveis às ações dos hackers. Entretanto, especialistas afirmam que as duas máquinas podem apresentar problemas.

 

Os mesários também não estão treinados suficientemente para enfrentar situações inesperadas, o que causa ainda mais problemas.

 

Os fabricantes das urnas eletrônicas afirmaram ter feito centenas de testes especiais e afirmaram que “qualquer problema poderá ser enfrentado”. “Teremos problemas isolados pelo país. Mas isso faz parte de qualquer processo eleitoral”, afirmou Michelle Shafer, porta-voz da empresa Sequoia Voting Systems. “Apesar disso, acreditamos que as coisas transcorrerão muito bem”.