Aldo na Presidência é ''alegria especial para quem lutou pela liberdade''

''Para quem lutou pela liberdade,  o fato é motivo de alegria especial''. Esse foi o recado trazido pela deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) de uma alagoana – Mônica Cavalcante, servidora do Incra, que mora no Rio de Janeiro. Jandira contou que a

A bancada do PCdoB – parlamentares atuais e recém-eleitos – e dirigentes do Partido, estiveram em visita de cortesia ao Presidente da República em exercício e colega de bancada, Aldo Rebelo, no Palácio do Planalto, nesta segunda-feira (13).


 


Na reunião, marcada pela informalidade, foi destacado o fato como de ''valor simbólico muito forte – emblemático para o PCdoB'', segundo o presidente do Partido, Renato Rabelo.


 


Em um breve momento de distensão, cercado pelos amigos e familiares, o Presidente Aldo lembrou que o Estado de Alagoas, naquele momento, detinha os três poderes da República, com os também alagoanos Renan Calheiros (PMDB) na Presidência do Senado e o vice-presidente da Câmara, deputado Thomaz Nonô (PFL) na Presidência da Casa; e ele (Aldo Rebelo) como Presidente da República, lembrando que não podia deixar de falar de Alagoas num momento como aquele.


 


Aldo reafirmou o que disse nas muitas entrevistas que concedeu desde domingo quando assumiu o cargo como ''o primeiro presidente comunista do Brasil''.  ''Sou um cidadão a quem a Constituição garantiu o exercício da Presidência'', mas acrescentou que o fato é ''uma conquista do nosso Partido e das forças democráticas  do país''. Disse ainda que o fato ''estimula a determinação de enfrentar as adversidades rumo ao longo e penoso processo de transformação no nosso País''.


 


Novo ciclo


 


O presidente do Partido, Renato Rabelo, que sentou à direita de Aldo na longa mesa de reunião, falou em nome dos colegas. Destacou a vitória do Presidente Lula nas eleições presidenciais como início de um novo ciclo político no País, ''que enterrou velhas lideranças oligárquicase fez surgir nova lideranças''. A assunção de Aldo Rebelo ao cargo de Presidente da República, segundo ele, ''é a comprovação disso''.


 


Renato Rabelo destacou a importância da bancada do PCdoB – formada por 13 deputados e dois senadores – que, ''embora pequena, tem jogado importante papel no avanço democrático do País e abre caminhos para que o Brasil cresça no cenário internacional e atenda às necessidades do nosso povo''.


 


Para o líder do PCdoB na Câmara, deputado Inácio Arruda (CE), que sentou à esquerda de Aldo na mesa, ''esse é um fato histórico,  importante para o PCdoB e também para o Brasil como consolidação democrática''. Também Inácio, a exemplo dos demais companheiros de Partido, lembrou a luta contra a cláusula de barreira, que tem monopolizado as atenções do Partido. Segundo o parlamentar, que se elegeu senador do Ceará, ''é preciso remover esse espectro autoritário que ronda a Casa'', acrescentando que ''será uma batalha dura, mas que exige tranquilidade''.


 


O líder do PCdoB no Senado, Leomar Quintanilha (TO), também fez uma saudação a Aldo Rebelo, antecipando o que diria, em seguida, em discurso no plenário do Senado (Leia Dia histórico para o PCdoB e para a democracia).


 


O momento de camaradagem permitiu ao comunista lembrar o período da campanha de Aldo Rebelo para Presidência da Câmara. Leomar Quintanilha destacou que, junto com o deputado renildo Calheiros (PE), ao pedir votos para o colega comunista, ''não estávamos errado em falar sobre a eficácia de sua gestão''. Segundo Quintanilha, Aldo Rebelo conseguiu, em um momento de crise intensa, ''recuperar o equilíbrio e a imagem da Casa''.



 
Primeira vez


 


É a primeira vez que um comunista assume a Presidência da República. Terceiro nome na linha de substituição do presidente Lula, o deputado ocupa o posto por conta da viagem do presidente á Venezuela e a licença médica do vice-presidente José Alencar, que está em Nova York fazendo tratamento de saúde.



 
No próximo dia 30, Aldo Rebelo ocupará outra vez o Palácio do Planalto, já que Lula viajará para a África e a licença de Alencar se estende até o dia 7 de dezembro. Apesar da insistência da imprensa, que esperava ''arrancar'' de Aldo uma declaração ou um ato ''estrondoso'',  Rebelo se  limita ao caráter burocrático do cargo. Não ocupou a cadeira de Lula e despachou na sala ao lado do gabinete presidencial.


 


Prêmio ao maratonista


 


O presidente da República em exercício, Aldo Rebelo, participou às 17 horas, na Sala de Audiências do Palácio do Planalto, da entrega da Ordem do Mérito Desportista para Maílson Gomes dos Santos, vencedor da Maratona de Nova York. A solenidade foi simples e rápida. os discursos foram mais para atender os pedidos dos jornalistas, em maior número que o de convidados.


 


O maratonista se disse muito emocionado e contente com a homenagem, lembrando que ''as outras pessoas agraciadas com esse título desempenharm importante papel em algum momento da vida e hoje sou eu quem faço esse papel. E agradeço a Presidência da República por reconhecer esse feito, que foi o maior da minha carreira até hoje''.


 


Os ex-ministro do Esporte, Agnelo Queiroz e o atual ocupante do cargo, Orlando Silva, os dois comunistas como Aldo Rebelo, estiveram presentes à solenidade. Orlando Silva elogiou a atuação de Marilson na Maratona, ''que teve o privilégio de colocar em destaque a bandeira brasileira, o que ajuda a construir a auto-estima do povo brasileiro e construir a imagem do Brasil no exterior''.


 


Orlando manifestou confiança em Marilson obter bons resultados nos Jogos Pan-maericanos de 2007, que ocorrerão no Rio de Janeiro.


 


Aldo Rebelo também falou, citando os pais de Marilson – dona Cíntia e o senhor Vítor – disse que ''essa é uma homenagem e o reconhecimento do povo brasileiro e do nosso país ao esforço individual de Marilson que, com garra, disciplina, modéstia, conquistou para o Brasíl posto importante no atletismo mundial, numa modalidade que se permite a possibilidade, pela ausência de sofisticação, assegurar a que alguém do povo, de origem humilde, se destaque como esportista.


 


Marilson foi o primeiro latino-americano a vencer a prova, ''enfrentando corredores de grandes tradições'', destacou Aldo Rebelo, lembrando que todos os demais primeiros lugares – do segundo ao sexto – foram conquistados pelos quenianos.


 


De Brasília
Márcia Xavier