Movimentos sociais querem o fim da era “Malocci” na economia

Em reunião da Coordenação Nacional dos Movimentos Sociais, realizada neste final de semana, em Guararema, interior de São Paulo, o presidente da UNE, Gustavo Petta, afirmou que enquanto tiver continuidade a política “Malocci” – junção dos nomes Pedro

Os movimentos sociais prometem não dar trégua ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na luta para levar seu governo a assumir posições de esquerda. Já no dia 4 de dezembro está programado um ato na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) para exigir mudanças na política econômica. Dois dias depois, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) promoverá a 3ª Marcha do Salário Mínimo em prol do aumento para R$ 420 e da correção da tabela do Imposto de Renda.


 


Em fevereiro e março, entidades como a CUT, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a Marcha Mundial das Mulheres prometem promover os meses vermelho, azul e lilás, em referência às cores dos movimentos políticos, com atividade por todo o Brasil para pressionar o governo.


 


As resoluções foram tomadas na reunião da Coordenação Nacional dos Movimentos Sociais, realizada neste final de semana, em Guararema, interior de São Paulo, na Escola Nacional Florestan Fernandes, dos sem-terra com presença de João Pedro Stedile, coordenador nacional do MST Aproximadamente 130 pessoas de 13 Estados, representando 25 movimentos, discutiram a conjuntura política e as formas de influenciar o governo em direção às demandas das entidades sociais e de esquerda.


 


A primeira aposta dos representantes é entrar na luta dos desenvolvimentistas contra os monetaristas, que já se desenha no interior do governo Lula.


 


Segundo o presidente da UNE, Gustavo Petta, enquanto tiver continuidade a política “Malocci” – junção dos nomes Pedro Malan, ministro da Fazenda de FHC, e Antonio Palocci, ex-titular da pasta de Lula – “o Brasil não vai crescer e, conseqüentemente não vai gerar emprego e renda”.


 


Apoio


 


A leitura da conjuntura atual pelos representantes dos movimentos é a de que o apoio da esquerda foi fundamental para Lula derrotar Geraldo Alckmin (PSDB), no segundo turno. Assim, tenderia no novo mandato a se aproximar desse setor. Por isso, os organismos estão reforçando a unidade dos discursos para conseguir influir na definição das metas de governo. “Pelo que estamos vendo, o pessoal não está demonstrando vontade de esperar quatro anos para ver resultados na luta. Todos querem começar a lutar já e agora”, disse o secretário-geral da CUT, Quintino Severo.


 


Da coordenação-geral do MST, João Paulo Rodrigues afirmou que o movimento manterá as ocupações mesmo com a possibilidade de negociação com o governo em temas relacionados à política econômica. “Não mudará nada nesse sentido. Nossa luta continua, com a ocupação de latifúndios improdutivos”, avisou. Para ele, os movimentos não devem somente criticar, mas oferecer alternativas. Um setor em que o desempenho de Lula foi aprovado pelas entidades foi a da política externa.



Com agências