Esvaziada, reunião de governadores do PMDB pode definir apoio a Lula

A reunião do PMDB em Santa Catarina, marcada para as 19 horas de hoje em Florianópolis, foi esvaziada. Até o momento, apenas quatro governadores do partido estão no estado: Eduardo Pinho Moreira, atual chefe do Executivo catarinense, o governador eleit

O encontro foi organizado para definir a posição oficial do partido em relação ao apoio ao segundo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ainda estão por chegar o governador do Rio Grande do Sul Germano Rigotto e o presidente nacional do partido, deputado federal Michel Temer.


 


Os governadores que já estão na capital catarinense defenderam um apoio institucional a Lula, e ontem à noite, Temer disse em entrevista à Agência RBS que o apoio seria independente da ocupação de cargos.



O governador Luiz Henrique da Silveira falou sobre a unidade do partido sobre o apoio ao presidente Lula e criticou os governadores que não vão participar do encontro em Santa Catarina.



“Se o governo Lula quer o apoio do PMDB, que negocie com todos. Não sei por que esse esvaziamento da reunião. Mas eu acreditei na palavra dos governadores que disseram que viriam ao encontro e eu espero que venham”, disse Luiz Henrique da Silveira.



Os governadores que não vieram ao Estado foram Sérgio Cabral Filho (RJ), Marcelo Miranda (TO), Eduardo Braga, reeleito no Amazonas, e o também reeleito Paulo Hartung (ES). Os quatro apoiaram o presidente Lula na disputa ao segundo turno das eleições.


 


Hartung: “é hora de ter cautela”


 


Mais cedo, o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), criticou a insistência de seu colega de Santa Catarina em manter a reunião de governadores peemedebistas, mesmo diante da ausência anunciada de quatro dos sete recém eleitos pelo partido. “O presidente Lula deu um passo importante, com o convite ao presidente do PMDB (deputado Michel Temer) e à executiva para uma conversa na quarta-feira”, lembrou Hartung, para quem é hora de ter cautela e esperar para ver que propostas sairão deste diálogo institucional com o partido. “Reunir segmentos do PMDB nesta hora, sejam governadores, prefeitos ou bancadas, não ajuda”, avaliou o governador.



Assim que foi informado do convite a Temer na quinta à tarde, Hartung ainda tentou, mais uma vez, convencer Silveira a desistir do encontro. Não teve sucesso. Ele e o governador eleito do Rio de Janeiro, senador Sérgio Cabral, defenderam o adiamento da reunião e sua transferência para Brasília, diante da forte pressão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O senador trabalhou pelo esvaziamento com o discurso da inconveniência política de o anfitrião do primeiro encontro de governadores ser da ala de oposição ao Planalto. O catarinense, no entanto, manteve-se intransigente.



Além de ter tido uma má repercussão entre os governadores, a ofensiva do presidente do Senado foi considerada um erro político, porque aprofunda a divisão interna e não rende dividendos ao Planalto no partido. “Os articuladores do esvaziamento desta reunião jogaram contra o governo”, avalia o deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA). Ele está convencido de que o produto final deste encontro seria “um documento absolutamente sinalizador da disposição dos governadores em conversar com o governo”. Da mesma forma, Temer adverte que nem poderia ser diferente, uma vez que cinco dos sete recém eleitos (ES, RJ, TO, AM e PR) já declararam apoio a Lula.


 


Da redação,
com agências