Governo propõe desmilitarização de controle de vôo

Após a primeira reunião com o grupo de trabalho feito para estudar soluções definitivas para os problemas dos atrasos de vôos em todo o País, o ministro da Defesa, Waldir Pires, defendeu que o controle do espaço aéreo brasileiro seja comandado por civis.

Uma alternativa seria que estes funcionários atuassem como servidores públicos. “Hoje, a grande maioria das nações do mundo tem os serviços de controle de vôo delegados a instituições civis”, disse.


 


Segundo Pires, a Aeronáutica não apresentou resistência a proposta. O ministro ressaltou, no entanto, que a idéia ainda está sendo estudada e precisa passar por avaliações jurídicas e institucionais.


 


A reunião desta sexta-feira é a primeira de um grupo de trabalho que irá se reunir semanalmente, a partir da próxima quarta-feira. Além do Ministro, representantes do Ministério da Fazenda e do Planejamento, da Advocacia Geral da União, do Comando da Aeronáutica, da Agência Nacional da Aviação Civil, da Infraero, dos controladores de vôo, dos aeronautas e das empresas aéreas também fizeram parte do encontro.


 


Todos se comprometeram a apresentar as suas primeiras impressões sobre as condições do espaço aéreo no Brasil na semana que vem.


 


Natal e Ano Novo


 



O caos dos atrasos e cancelamentos de vôos nos aeroportos de todo o País pode voltar a acontecer no Natal e Ano Novo – época de grande movimentação aérea. Apesar de estar otimista, Pires disse não poder garantir que a situação volte a acontecer.


 


“Estamos prontos para fazer o que for possível para que isso não aconteça no Natal e no Ano Novo”, disse. Apesar da declaração, o ministro admite, no entanto, que não há reserva de controladores de vôo, e que a situação só se normalizará quando a escassez acabar.


 


A carência de controladores não deve ser suprida ainda este ano, já que apenas 17, dos 60 controladores aposentados chamados para trabalhar às pressas começaram seus treinamentos. O período de adaptação dos mesmos deve durar algumas semanas.


 


Além dos 60 controladores aposentados, o governo já publicou uma portaria autorizando a realização de concurso público. Este, no entanto, só pode acontecer passados 60 dias das eleições (a legislação eleitoral proíbe a realização de concursos públicos antes disso).


 


Outra medida adotada pela Aeronáutica foi a ampliação dos cursos de formação de controladores de vôos nas escolas de Guaratinguetá e São José dos Campos, em São Paulo. A Aeronáutica também providenciou o remanejamento de 18 controladores de outros estados para Brasília.


 


Redação Terra