Aliados elogiam esforço de Lula no contato com PMDB
Na agenda do Presidente Lula desta quarta-feira (22), o destaque foi a reunião com a Executiva do PMDB, liderada pelo presidente do Partido, Michel Temer. A iniciativa de Lula de conversar com a ala oposicionista do PMDB na tentativa de consolidar a ba
Publicado 22/11/2006 18:11
O governador eleito de Sergipe, Marcelo Déda, disse que “o Presidente está fazendo um esforço sincero e um gesto de interlocução com a executiva do PMDB para se integrar a esse processo”. Ele destacou que “é preciso que sejam relações institucionais, principalmente com um partido que é um dos principais pilares da coalizão que é o PMDB”.
“Eu acho ótimo, sempre fui defensor de uma relação cada vez mais institucional com todos os partidos, inclusive com o PMDB”, sintetizou o governador eleito da Bahia, Jacques Wagner, que foi comedido na sua avaliação.
Para o senador eleito Inácio Arruda (PCdoB-CE), “o Presidente Lula está agindo com sabedoria política, discutindo com todas as lideranças e direções partidárias, para reforçar o apoio do governo dentro do Congresso Nacional, que é importante, e ampliar a ação do seu governo no segundo mandato”, acrescentando que “isso requer discussão, inclusive com o presidente do PMDB, mesmo tendo sido um ostensivo oposicionista do governo Lula no primeiro mandato e na campanha eleitoral”.
União difícil
Enquanto Inácio Arruda avalia “ser importante discutir com o PMDB, se possível ter o PMDB inteiro no governo, embora eu acho impossível ter o PMDB inteiro no governo”, o governador Déda disse que prefere aguardar para ver como o PMDB se articula internamente para dar uma resposta ao Presidente.
“É claro que o sucesso da coalizão depende do PMDB se entender internamente e a tarefa de pactuar o PMDB não é do Presidente da República, é das forças que estão dentro do PMDB; ou o PMDB constrói um pacto de convivência ou o PMDB define uma hegemonia e transforma em expressão institucional”, avalia Déda, acrescentando que “a unidade do PMDB nos interessa, mas não autoriza para opinar ou mediar a disputa interna deles. Nós já temos muitos problemas”, brincou.
Segundo ele ainda, “ao presidente compete fazer um esforço para ter um diálogo institucional com o PMDB, esse é um esforço positivo, porque isso é importante para qualificar a nova governabilidade, para dar estabilidade a coalizão”.
Para Déda, “o presidente Lula está dando sinais muito nítidos de que a sustentação do seu segundo governo tem como pedra angular o conceito do governo de coalizão, que pressupõe compartilhamento de responsabilidades, integração de todos os que fazem o governo e solidariedade política de todos que estão na base”.
Inácio Arruda avalia positivamente a tentativa de formar o governo de coalizão, mas destaca que “o presidente deve ampliar conversações com todos os setores em busca de aplicar o programa que foi defendido e fruto de vitória do povo brasileiro que levou Lula ao seu segundo mandato”.
“Nós temos que fazer uma grande discussão com a base governista e com os setores oposicionistas para dizer que o programa vencedor foi esse daqui e a oposição deve se opor, mas respeitar o programa vitorioso e nós queremos conduzir o Brasil nesse caminho vitorioso”.
E aponta como o caminho “a ousadia em determinadas áreas de crescimento econômico como corte de juros, investimento nas áreas sociais, aumento do salário mínimo etc”.
“Fica a impressão de que quem ganhou a eleição foi a oposição, porque a mídia que fez campanha feroz para derrotar o Lula, terminada a eleição, fez de conta que não perdeu e começou a trabalhar a idéia de que o programa em curso é o dela, que é conservador, monetarista, financeiro, de manter juros altos, corte nas áreas sociais, redução do salário mínimo e previdência”, afirmou Inácio.
De Brasília
Márcia Xavier