Lula quer partidos responsáveis por ministérios, diz Tarso

Na coalizão de governo discutida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os partidos políticos serão responsáveis por suas áreas ministeriais, inclusive por crises geradas por incompetência ou irregularidade. Lula quer ainda que os segundo e terceir

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer do PMDB e dos demais partidos que irão formar a coalizão de governo reciprocidade de votos e unidade das bancadas no Congresso.


 


Com este critério, Lula quer estabelecer uma relação entre a participação no novo governo e o desempenho de cada legenda em votações parlamentares, afirmou nesta quarta-feira o ministro das Relações Institucionais Tarso Genro.


 


“Não tem racionalidade o partido participar da coalizão se não mantiver uma base unificada entre 80 e 90 por cento (de sua representação)”, disse o ministro a jornalistas ao tratar da decisão prévia do PMDB de dar apoio amplo e formal ao presidente da República.


 


Genro anunciou ainda outro parâmetro para a formação do futuro ministério: proporcionalidade entre o tamanho e o peso político do partido e sua participação no governo.


 


“A força política do partido no parlamento influi na força que o partido vai ter no governo”, acrescentou.


 


Segundo o ministro, estas duas preocupações foram manifestadas por Lula durante reunião nesta tarde com o presidente do PMDB, deputado Michel Temer e outros membros da Executiva do partido.


 


O PMDB, que conquistou maioria na Câmara dos Deputados e deve manter a maior bancada no Senado, formalizará nos próximos dias a adesão ao governo.


 


Tarso Genro afirmou ainda que o presidente não discutiu cargos em sua futura equipe, mas declarou que os partidos da coalizão terão responsabilidades ministeriais.


 


“Coloque quem o partido colocar (em um determinado ministério), o responsável será ele (o ministro indicado) e o partido dele. Se o ministro A enfrentar uma crise, seja por irregularidade, seja por inabilidade, responderá perante o presidente com o seu partido”, disse Genro.


 


O ministro argumentou que o tempo para a formação da coalizão exige ritmo lento, ações negociadas e parâmetros mais claros. Acrescentou que o presidente tende a anunciar a reforma ministerial no início do ano, mas pode fazer mudanças pontuais até dezembro deste ano.


 


Fonte: Reuters