Documentos provam participação dos EUA no golpe de 64

Os Estados Unidos participaram efetivamente da queda do presidente João Goulart ao oferecer ajuda militar aos conspiradores brasileiros, disse o professor de história da UFRJ Carlos Fico, em entrevista a Paulo Henrique Amorim nesta semana.

Fico descobriu documentos em Washington que comprovam a participação americana no golpe militar de 31 de março de 1964 no Brasil, através de um “plano de contingência” redigido três meses antes do golpe. Este “plano de contingência” jamais foi revelado, antes.


 


A revelação sobre a descoberta foi apresentada no programa “Fantástico”, da TV Globo, em reportagem do repórter Vinícius Dônola.


 


“O que está no plano é a entrega em solo brasileiro através de uma ponte aérea de 110 toneladas de armas e munições”, afirmou Fico. O armamento seria levado até Campinas (interior de São Paulo).


 


Segundo o professor, entre as armas havia o “CE, um gás lacrimogêneo mais poderoso para controle de multidões, protesto. Tudo indica que eles estavam preocupados com a hipótese de haver uma reação do João Goulart seguida de manifestações populares”. Carlos Fico disse que “havia a possibilidade” de os americanos fazerem uma intervenção militar, mas isto não estava no plano.


 


Segundo Fico, “esse plano norte-americano previa, de maneira muito precisa, aquilo que aconteceu no golpe de 31 de março. Então, sugere que a conspiração foi articulada fortemente com a embaixada norte-americana e os brasileiros”.


 


“A embaixada entrou numa espécie de ação conjugada, como se diria hoje, vestiu a camisa, talvez, dessas idéias que, com certeza, partiram da amizade entre o adido militar Vernon Walters e o presidente Castelo Branco e o embaixador”, explicou o historiador.



 
O arquivo americano sobre o golpe no Brasil foi desclassificado, ou seja, deixou se ser secreto, sendo transferido do Departamento de Estado americano para o Arquivo Nacional, em Washington.


 


Fonte: www.conversaafiada.com.br