Rumsfeld autorizou tortura no Iraque, denuncia general

Mais um escândalo volta a abalar a credibilidade do governo de George W. Bush. Foi o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld – que deixará o cargo -, quem liberou a prática de tortura a detentos na prisão de Abu Ghraib, no Iraque.

Janis, uma ex-general da brigada dos Estados Unidos, contou ter visto uma carta aparentemente assinada por Rumsfeld, que permitia o uso de técnicas como a privação de sono durante interrogatórios. Segundo ela, houve também um memorando assinado por Rumsfeld detalhando o uso de métodos severos de interrogatório.


 


''A assinatura feita a mão estava acima de seu nome impresso'', declarou Janis, que chefiou a prisão até o início de 2004. ''Na mesma grafia, na margem, estava escrito: 'Tenha certeza de que isso seja executado'.'' A entrevista também esclarece quais eram esses métodos desumanos: ''Fazer com que o prisioneiros fiquem em pé por longos períodos, privação de sono, tocar música no volume máximo, sentar desconfortavelmente. Rumsfeld autorizou essas técnicas específicas''.


 


A Convenção de Genebra diz que prisioneiros de guerra não devem sofrer ''tortura física ou mental, ou qualquer outra forma de coerção'' para obter informação. Um porta-voz do Pentágono não quis comentar as acusações de Janis, enquanto o exército norte-americano no Iraque não estava imediatamente disponível para comentar.


 


Janis foi retirada do Iraque no início de 2004, pouco após as fotografias mostrando soldados norte-americanos abusando de prisioneiros terem sido divulgadas. Ela insiste que não sabia do abuso dos prisioneiros até ver as fotos. Rumsfeld, diz ela, também autorizou que o exército quebrasse as Convenções de Genebra ao não registrar todos os prisioneiros.