Para combater desigualdades, China fará megacenso rural
O governo chinês anunciou no sábado (25/11) que fará seu segundo recenseamento agrícola, o maior do mundo, nos primeiros quatro meses de 2007, divulgou a agência oficial Xinhua. A população rural chinesa está estimada em 745 milhões, o que cor
Publicado 26/11/2006 19:02
O recenseamento facilitará as bases para melhorar a política rural da China, afirmou o chefe do gabinete nacional de estatísticas, Xie Fuzhan, durante a cerimônia de promoção da iniciativa. A coleta dos dados, em escala nacional, terá início em 1 de janeiro e terminará no final de abril. A operação cobrirá 200 milhões de povoações e será realizada por 7 milhões de profissionais.
As entrevistas serão a principal ferramenta para recolher informação sobre produção agrícola, emprego, migrações, condições ambientais, uso da terra, investimento em ativos fixos e qualidade de vida na China rural, que está concentrada no centro e oeste do país. “A campanha de divulgação pretende divulgar junto do povo o significado do recenseamento, de maneira que este coopere plenamente na operação”, disse Xie.
Em defesa dos camponeses
A China fez o seu primeiro recenseamento em 1996 e, desde então, o governo comunista adotou uma série de medidas para proteger os interesses dos camponeses. Entre essas medidas, estão a abolição dos impostos agrícolas, a criação de subsídios e a instauração de um preço mínimo para os cereais e um máximo para os fertilizantes.
Dados oficiais indicam que os rendimentos efetivos por pessoa dos camponeses chineses, nos nove primeiros meses deste ano, foram de 2.762 yuans (US$ 345 ou R$ 748), o que representa uma alta de 11,4% em relação a 2005. Esse rendimento está, contudo, muito afastado do apresentado por Xangai (centro financeiro da China), que é de US$ 4 mil (R$ 8,7 mil).
Migração
O descontentamento no campo preocupa o governo central, que propôs uma política de caráter mais social. O governo chinês estimou, em outubro, em 150 milhões os migrantes que se deslocaram na última década do campo para as cidades no oeste da China à procura de trabalho, devido à perda de emprego e à afirmação da economia urbana.
Esses migrantes correspondem a 11,5% da população chinesa, que é a maior do mundo, ao totalizar 1,3 bilhões de pessoas. Em Xangai, correspondem a um terço da população local, estimada em 5,8 milhões.