PCs reunidos em Praga repudiam “vencedores da Guerra Fria”

O Partido Comunista da Boêmia e Morávia (PCBM, da República Tcheca) sediou no último fim de semana (25 e 26 de novembro) a 7.ª conferência internacional Comunistas e outras Forças Democráticas pelos Direitos Humanos e Democracia na Europa e Resto do Mundo

Estiveram presentes à conferência 42 agremiaçãos de todo o mundo — Europa, Ásia, África e América Latina.  O PCdoB enviou mensagem de saudação aos participantes da conferência, devido à impossibilidade de atender o convite.


 


Em um clima de respeito mútuo, tolerância e inspiração, os partidos expuseram seus posicionamentos, sob diversos aspectos, também sob diferentes condições, suas experiências histórias e pontos de vista sobre eventos atuais.


 


As organizações também concordaram que os crescentes ataques à democracia e aos direitos humanos têm uma dimensão global, assim como motivos e protagonistas idênticos. Chegou-se à conclusão de que a prioridade comum a todos deve ser centrada na unidade de ações.


 


“Por quase duas décadas, temos testemunhado uma tentativa de mover a História moderna para trás, algo sem precedentes desde a derrota da Alemanha fascista. O alvo é desmantelar tudo que os trabalhadores e outros movimentos democráticos bloquearam da avidez do capitalismo, como a soberania dos Estados, a cultura nacional, integridade religiosa, os Direitos Humanos e a Lei Internacional”, diz o documento distribuído à imprensa pelo PCBM.


 


Os participantes da conferência expressaram seu decisivo protesto contra as tentativas de atribuir como terroristas forças que atuam pelos movimentos nacionais e de emancipação social. O objetivo do imperialismo é isolar e silenciar os partidos e movimentos que não acreditam em qualquer “fim da história”, que não acreditam em sua implementação e que consideram que somente o socialismo pode ser apresentado como uma alternativa aos atuais “vencedores”.


 


Apontando a criminalização da Juventude Comunista Tcheca pelo atual governo de direita do país, os partidos presentes à conferência condenaram a recente onda anticomunista que tem se apoderado das mídias e da política na União Européia, como uma forma de expressão do ódio de classes que as administrações européias têm pelos que combateram e venceram o nazi-fascismo no anos 40.


 


“O anticomunismo tem destruído as últimas ilusões, de que estaria ao lado da democracia. Isso constitui uma ameaça ainda maior a ela”, diz o documento. “O que a hierarquia global do capital tem tentado impor ao mundo atual ruma contra verdadeira semente da emancipação dos tempos modernos, recuando para o Iluminismo e Renascimento. É do interesse da grande maioria defender o que está em perigo”.


 


A falência da agressão contra Iraque e Afeganistão, o massacre israelense contra o Líbano, as vitórias da esquerda em diversas nações latino-americanas e outros eventos sinalizam que a arrogância daqueles que se intitulam “vencedores da Guerra Fria” não tem medidas. Bloquear e recuar esse movimento é objetivo de todas as forças democráticas.


 


Os 42 partidos e forças democráticas aprovaram também duas resoluções separadas, contra a dissolução ilegal da Juventude Comunista da República Tcheca e outra contra a tentativa de desafiar a lei internacional para separar o Kossovo e a região da Metóquia da Sérvia.