PFL derrota base governista em escolha da Câmara para o TCU

O plenário da Câmara elegeu para o Tribunal de Contas da União (TCU) o deputado oposicionista Aroldo Cedraz (PFL-BA), ligado ao grupo carlista (o grupo capitaneado pelo senador Antonio Carlos Magalhães, do PFL-BA). Em  votação secreta nesta quarta-fe

O resultado foi visto como um recado: parte da bancada governista quer ver o governo de coalizão prometido por Lula se constituir antes de se engajar na sua defesa. Foi interpretado também como um sinal de que o apregoado consenso da base governista para a presidência da Câmara, em 1º de fevereiro, terá que ser real e sólido, ou não será de grande valia.


 


A derrota da base governista foi mais sentida pois o PFL e o PSDB compareceram divididos à votação: os tucanos mantiveram a candidatura do ex-governador e deputado Gonzaga Mota (PSDB-CE), que teve 50 votos. Também concorreu o deputado Ademir Camilo (PDT-MG), que teve 20 votos.



Prévia na base governista



Na tentativa de se unificar, as bancadas dos partidos da base aliada ao governo se valeram de uma prévia, sob a condução do líder da maioria, deputado Arlindo Chinaglia (PT-S). A consulta  terminou na hora do almoço, escolhendo Paulo Delgado como candidato único. Participaram da prévia 215 do total de 337 deputados que integram a atual base governista.



Com isso, os deputados Fleury (PTB-SP) e Osmar Serraglio (PMDB-PR) e o ex-deputado José Antonio Almeida (MA), indicado pelo PSB, desistiram de suas candidaturas. O secretário-geral da Mesa Diretora, Mozart Vianna de Paiva que tinha sido formalizada pelo PSC, também desistiu.



Na votação, porém, ficou evidente que o candidato único não unificou. Segmentos da base governista avaliam que Paulo Delgado, apesar de vencedor na prévia, não possui o trânsito emtre os 513 deputados capaz de facilitar a vitória numa votação em plenário.



Último dia de voto em urna



Este foi o último dia de votação secreta na Câmara usando o sistema de células, depositadas em três urnas espalhadas pelo plenário, que consome horas entre voto e apuração. A última votação secreta manual ocorre em seguida, nesta quarta-feira, para julhar o pedido de cassação do deputado José Janene (PR), ex-líder do PP na Câmara.



Já foi apresentado, na semana passada, o novo sistema de voto em oito urnas eletrônicas. No novo sistema o sigilo fica garantido por um sistema de senha. Nas votações abertas o voto eletrônico já vigora.



Antes da votação, todos os candidatos ao TCU foram sabatinados na Comissão de Finanças e Tributação. O Tribunal é um órgão auxiliar do Congresso e tem a missão de julgar as contas dos órgãos públicos federais. É formado por nove ministros, sendo três indicados pelo presidente, três pelo Senado e três pela Câmara. A vaga em aberto é a do ministro e ex-deputado Adylson Motta, que presidia o TCU e completou 70 anos, sendo aposentado compulsoriamente.



Sa redação, com agências