China luta para modernizar agricultura e subsidiar camponeses

O governo chinês anunciou neste domingo (24/12) uma série de medidas para modernizar o setor agrícola. Segundo o jornal China Daily, o projeto também cria uma rede de previdência que dê cobertura aos camponeses do oeste do país nas áreas de saúde e educaç

O vice-primeiro-ministro, Hui Liangyu, fez o anúncio como passo seguinte à aprovação, em março, do plano qüinqüenal 2006-2010 pelo legislativo. Um dos objetivos é garantir a educação gratuita para os filhos de 750 milhões de camponeses que vivem nas áreas rurais.


 


Hui reconheceu que ainda havia obstáculos no setor agrícola que afetam os camponeses. Mas ponderou que as medidas vão melhorar a produtividade da terra (apenas 13% do território da China é arável), a eficácia no uso dos recursos e a melhora da capacidade tecnológica do setor.


 


Com o objetivo de assegurar assistência médica aos camponeses, será criado um novo sistema de cooperativas, que ampliará sua rede de cobertura até 80% em 2007. Atualmente, a rede – que tem contribuições do governo central e das autoridades locais – cobre apenas 40% das áreas rurais, onde moram 200 milhões de camponeses.


 


Inclusão escolar
Outra medida será a isenção das mensalidades escolares a 148 milhões de estudantes do ensino primário e fundamental nas áreas rurais a partir de 2007. A medida favoreceu 50 milhões em 2006.


 


O governo chinês prevê implantar um sistema obrigatório de financiamento educativo nessas áreas. Apesar de ser obrigatória no país, a educação não é gratuita e chega a representar até 60% da renda familiar.


 


Além disso, será criado um sistema de previdência social financiado pelo Governo central, que dará pensões mínimas aos habitantes mais pobres do país. O sistema cobrirá tanto as áreas urbanas como as rurais, mas dará prioridade a estas últimas, já que atualmente só 9,85 milhões de pobres recebem algum tipo de ajuda nestas áreas.


 


Menos pobres
Com a medida, a China espera equilibrar as desigualdades criadas no país desde a troca parcial da economia planejada pela de mercado, em 1978. Através dela, as cidades litorâneas se desenvolveram tanto que chegam a ser parecidas com localidades ocidentais, ao passo que o ritmo de crescimento nas áreas rurais é bem mais lento.


 


Os padrões de pobreza da China – que levam em conta o preço dos alimentos e produtos básicos – fixam o número de pobres atuais em 23,6 milhões, que vivem com uma renda per capita inferior aos US$ 87,6 anuais.


 


Desde 1970, a China conseguiu tirar da pobreza milhões de cidadãos com uma média anual de 9% – o que representou 75% da redução da pobreza no mundo.