Sindicalista de Betim defende reeleição de Aldo Rebelo
Confira abaixo a artigo de Marcelino da Rocha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim, Igarapé e São Joaquim de Bicas (MG) no qual o sindicalista defende a reeleição do presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PCdoB-SP). “A candida
Publicado 10/01/2007 22:02
Aldo Rebelo: via da unidade e mudança
Marcelino da Rocha*
A disputa entre Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e Arlindo Chinaglia (PT-SP) pela presidência da Câmara dos Deputados mais do que expor a incoerência de ter na mesma base candidatos disputando entre si – o que tende a provocar um racha na base aliada do governo – pode colocar em risco, principalmente, o equilíbrio conquistado pelo governo no legislativo, justamente no momento em que o governo Lula precisa unir sua base, consolidar seu projeto de coalizão e, ao mesmo tempo, mostrar capacidade de dialogar com a oposição, questões nas quais Aldo demonstrou grande capacidade de conduzir.
Além disso, não custa relembrar, que foi sob a presidência de Aldo Rebelo que importantes projetos foram aprovados, como o Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) e também o que tratou da diminuição com gastos das campanhas eleitorais, mudanças que, aliás, ocorreram num ambiente político conturbado, justamente após a Câmara ter enfrentado a renúncia do então presidente Severino Cavalcanti e, posteriormente, ter convivido com uma série de escândalos (sanguessugas, propinoduto, etc). Rebelo soube conduzir com lucidez todos estes episódios e, pode-se dizer, conseguiu recuperar a base aliada e manter a credibilidade do parlamento, que ora estava colocada à prova.
Afora isso, esta disputa pela presidência da Câmara, como revela a imprensa, já alimenta o surgimento de um terceiro nome, apoiado pelo chamado “grupo ético” da Câmara, assunto que, aliás, foi tratado em editorial da Folha de São Paulo. Na edição de terça-feira (9), o jornal paulista considerou como “oportuna a iniciativa de um grupo suprapartidário de deputados de propor um terceiro nome para a eleição parlamentar de 1º de fevereiro” (curiosa ou contraditoriamente, no mesmo editorial, embora se autodenomine apartidária, a Folha diz se sentir “à vontade para defender a iniciativa do chamado ‘Grupo dos 30’”).
Mas este editorial merece, também, uma reflexão por parte dos petistas. Num governo de coalizão não basta a representação mínima. Mais que isso, é preciso que o projeto político necessite do apoio de amplos setores e de uma maioria política e social que seja capaz de apoiar e dar um impulso ao programa de governo com o qual Lula foi reeleito.
O próprio presidente Lula, em conversa com interlocutores, já teria dito que o lançamento da candidatura de Chinaglia pelo próprio PT foi inoportuna, deixando transparecer que isso significaria um passo adiante para o isolamento na Câmara – afinal, vale lembrar que é comum entre os partidos aliados o argumento de que o PT tem um projeto individual de poder e que é incapaz de dividir espaço com os demais partidos da base.
A candidatura de Aldo à reeleição, portanto, tem o mérito de possibilitar ao segundo mandato do governo Lula uma contribuição ainda maior para o caminho de mudanças tão almejadas pelo povo brasileiro e, pode sim, ao contrário do que diz o editorial do jornal paulista, resgatar a imagem e a autonomia do Poder Legislativo, pilar da democracia.
*Marcelino da Rocha é presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim, Igarapé e São Joaquim de Bicas/MG