ANP rejeita estabelecimento de Estado palestino provisório

Segundo a imprensa israelense, o plano de paz de Livni conta com o apoio da secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, que deverá viajar amanhã para o Oriente Médio.

 

Em um comício realizado após uma manifestação para comemorar o 42º aniversário do movimento Fatah, dirigido por Abbas, o presidente da ANP disse que, apesar de rejeitar qualquer demarcação fronteiriça de caráter provisório, mantém sua vontade de negociar.

 

Abbas disse que é necessário levar estas negociações à Organização para a Libertação da Palestina (OLP), que ele lidera. A OLP é a entidade que reúne a maioria dos grupos palestinos, tanto nos territórios como no exílio. O Fatah tem controle absoluto da instituição. O movimento islâmico Hamas, do premiê palestino Ismail Haniyeh, e o Jihad Islâmico não integram a entidade.

 

Condoleezza Rice

 

Segundo o jornal israelense “Maariv”, Rice, que amanhã inicia uma viagem pelo Oriente Médio que passará por localidades como Israel e os territórios palestinos, apresentará uma iniciativa para criar este Estado palestino provisório, com a esperança de que assim se consiga impor a calma necessária para o reinicio das negociações de paz.

 

Este Estado seria estabelecido até a negociação das fronteiras definitivas entre Israel e ANP, na faixa autônoma de Gaza e ao leste da “cerca ou muro de segurança” que há três anos Israel constrói na Cisjordânia ocupada.

 

Abbas também fez alusão em seu discurso ao conflito interno com o Hamas e disse que a prioridade deve ser “preservar a união nacional, prevenir e proibir as lutas internas” e evitar que seja derramado sangue palestino. Tanto o Hamas quanto o Fatah possuem braços políticos e armados.

 

Dezenas de milhares de pessoas se reuniram hoje diante da “Muqata”, a sede administrativa da ANP na cidade de Ramallah, para comemorar o aniversário do Fatah, que aconteceu no dia primeiro de janeiro, e fazer uma demonstração de força frente ao Hamas.

 

O chefe do gabinete do presidente da ANP, Rafik Hosseini, informou à imprensa que Abbas pensa em fazer uma nova tentativa de negociar com o Hamas um governo de união nacional, mas que estabelecerá prazos para o diálogo.

 

Hosseini declarou que as negociações poderiam ser retomadas na próxima semana, mas que se não houver resultados em um prazo de duas semanas convocaria eleições antecipadas que poderiam ser realizadas em cerca de quatro meses.

 

Abbas deu por fracassadas em dezembro as negociações para formar um governo de união nacional com o Hamas e anunciou sua intenção de antecipar as eleições, o que desagradou o partido islâmico e deu lugar à última onda de violência entre as facções.

 

O Hamas assumiu o poder em março de 2006, após derrotar o Fatah nas eleições democráticas de janeiro daquele ano.

 

Fonte: EFE