Teotônio Vilela racha com PSDB: “Sou da ala Aldo Rebelo”

“Sou da ala Aldo Rebelo. Entendo que ele é o melhor para a Câmara dos Deputados e o que mais se identifica com a postura do PSDB”, disse. O governador afirmou ainda que não há apoio da bancada do PSDB a Arlindo Chinaglia (PT-SP) – mas sim, de parte dos deputados. “É um apoio de parte da bancada. Os outros vão com Aldo Rebelo”.

Sobre o apoio dos governadores de São Paulo, José Serra, e Minas Gerais, Aécio Neves, ao candidato petista, Teotônio disse que não pretende fazer julgamentos. Acrescentou que cada um atua de acordo com interesses locais e confirmou que Aldo tem também o apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Mais protestos
Teotônio não foi o único tucano a protestar contra o apoio a Chinaglia. Também os governadores Cássio Cunha Lima, da Paraíba, e Yeda Crusius, do Rio Grande do Sul, contestaram a decisão do líder do PSDB na Câmara, Jutahy Magalhaes Junior (BA), segundo quem o partido vai com o petista em respeito à proporcionalidade.

“É estranho que, em um fato dessa envergadura, ser tomada tal decisão sem consulta aos parlamentares da bancada”, disse Cunha Lima, após encontro com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. De acordo com o governador, a eleição para a presidência da Câmara não deve ter mais candidatos, além de Chinaglia e Aldo.

Já Yeda Crusius cobrou mais postura tucana do debate sobre a sucessão de Aldo Rebelo. “É bom que o partido discuta com transparência o que é melhor, respeitando a autonomia da bancada”, enfatizou a governadora gaúcha. “O PSDB tem que aprender a ser um partido de oposição – e, como oposição, tem o dever de fiscalizar, discutir a fundo a questão.”

Demonstração de confiança
Apesar das deserções, Chinaglia refutou a possibilidade de que o PSDB retroceda no apoio declarado na semana passada. Nesta terça-feira, o grupo insatisfeito com a forma como se foi obtida a decisão fará reunião. Já o líder da bancada, Jutahy Magalhães, pretende reunir todos os deputados para discutir o tema na semana que vem.

Ao comentar os apoios que já obteve em prol de sua candidatura, Chinaglia afirmou que, assim como prometeu Aldo, se for apresentado projeto sobre a anistia a deputados cassados, como José Dirceu e Roberto Jefferson, ele será levado à Plenário. Questionado se essa é a razão pelo recebimento de apoio do ex-deputado José Dirceu, Chinaglia afirmou que a provação não depende dele. “Não serei eu a criar a proposta. Se ela existir, seguirá a tramitação comum – que é a apreciação em plenário”, afirmou.

O deputado também garantiu que o apoio formalizado hoje pelo PR não foi condicionado a acordo para a indicação de Inocêncio de Oliveira à quarta secretaria da Mesa. “Se cada apoio estiver relacionado a um cargo, não haverá tantos quanto o número de partidos que têm apoiado minha candidatura”, disse.