Farmacêuticos reclamam da falta de profissionais em farmácias

A exigência foi estabelecida por lei federal em 1973, mas até hoje boa parte das farmácias continuam funcionando sem um farmacêutico a disposição dos clientes. No Dia do Farmacêutico, comemorado neste sábado (20), representantes dos conselhos de farmácia

“Quando o paciente não é tratado da forma correta ou recorre à auto-medicação, ele está mascarando uma possível doença que poderia ser tratada e eliminada completamente. Muitas vezes, são doenças que se não forem tratadas da forma adequada desde o início, pode ter sérias conseqüências”, explica a vice-presidente do Conselho Regional de Farmácia do Distrito Federal, Miramar Corrêa de Oliveira.


 


A equipe da Agência Brasil esteve em cinco farmácias no Distrito Federal e não encontrou farmacêutico em nenhuma delas. De acordo com os funcionários dos estabelecimentos, nos finais de semana, eles são dispensados. A vice-presidente do Conselho Regional de Farmácia do DF diz que os clientes devem denunciar essa prática ao conselho e pedir providência à Vigilância Sanitária.


No entanto, as críticas dos farmacêuticos não se restringem à rede privada. No início do mês, o Conselho Federal de Farmácia (CFF) entrou com uma Ação Civil Pública com Pedido de Tutela contra a União e contra a Diretora do Programa Nacional de DST/Aids, da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde, Mariângela Batista Galvão.


 


O motivo da ação é uma nota técnica, de número 53/2006, emitida pela SVS, em novembro de 2006, que autoriza qualquer profissional da área da saúde a realizar e emitir laudos de testes rápidos para diagnóstico do vírus HIV. Os farmacêuticos acreditam que a medida vai diminuir o grau de confiabilidades dos exames.


 


No ano passado, uma medida provisória incluiu os farmacêuticos no quadro de profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS). O Conselho Federal de Farmácia espera que a medida seja cumprida e ajude na redução dos prejuízos na gestão dos medicamentos. Esses prejuízos, muitas vezes, começam no processo de compra dos remédios e se estendem à má distribuição dos medicamentos nos hospitais e postos de saúde.


 


“O Ministério da Saúde, nos dois últimos anos, aumentou em 100% o volume de recursos destinados à aquisição dos medicamentos. Entretanto, a população continua tendo dificuldades de acesso a esses produtos”, destacou o presidente do Conselho Federal de Medicina, Jaldo de Souza Santos, durante discurso realizado esta semana e divulgado na página do conselho na internet.