Bienal da UNE terá Martinho da Vila, Boal e Jorge Mautner

A 5ª Bienal de Arte, Ciência e Cultura da UNE não receberá apenas estudantes – mais de 10 mil – no Rio de Janeiro entre os dias 27 de janeiro e 2 de fevereiro. Maior festival universitário da América Latina, o evento também terá convidados nacionais e afr

Personalidades como os cantores Martinho da Vila e Jorge Mautner, o ator Milton Gonçalves e o escritor angolano Ondjaki se unirão aos jovens em debates, mostras, oficinas e shows, sob a temática “Brasil-África, um Rio chamado Atlântico”. Confira abaixo um breve histórico de alguns dos convidados da 5ª Bienal da UNE:


 


Ondjaki
Um dos escritores africanos mais elogiados pela crítica especializada mundial, Ondjaki, aos 29 anos, já escreveu oito livros – em poesia, conto e romance. No ano passado, foi um dos escritores internacionais mais celebrados na Festa Literária de Parati (FLIP). O angolano é também sociólogo, roteirista e artista plástico. Por onde quer que passe, levanta a bandeira da integração entre os escritores de língua portuguesa nos diversos países do mundo.


 


Jorge Mautner
Jorge Mautner é escritor, artista plástico, cartunista, cineasta e cantor. Escreveu mais de dez livros e gravou 14 discos em seus 40 anos de carreira. Autor da canção Vapor Barato, Mautner é idealizador do Kaos – movimento cultural revolucionário iniciado em 1956. Nos anos 60, esteve entre os primeiros artistas que sofreram a repressão do regime militar, por causa do livro Vigarista Jorge. Recebeu o Grammy de melhor álbum de MPB em 2003, com Eu não Peço Desculpa, feito em parceria com Caetano Veloso – e o Prêmio Jabuti de Literatura pelo livro Deus da Chuva e da Morte, de 1962.


 


Abdias Nascimento
Dramaturgo, escritor e ex-parlamentar, Abdias integrou, na década de 1930, a Frente Negra Brasileira e organizou o primeiro congresso Afro de Campinas. É fundador do Teatro Experimental do Negro, do Museu de Arte Negra e dos primeiros jornais publicados para a população afro-descendente. Durante a ditadura militar, exilou-se nos Estados Unidos. De volta ao Brasil, foi o primeiro deputado federal negro a dedicar um mandato voltado aos direitos da população negra. Em 1991, elegeu-se para o Senado, como suplente de Darcy Ribeiro. Já recebeu mais de 40 prêmios nacionais e internacionais, incluindo títulos da ONU e Unesco.


 


Martinho da Vila
Compositor de sucessos como Casa de Bamba, Devagar, Devagarinho e Mulheres, Martinho da Vila é também uma importante liderança negra. Coordenador do grupo Kizomba – criado para reunir eventos de arte afro-brasileiras -, já lançou mais de 30 discos no Brasil e no exterior, além de três DVDs. É autor dos livros Os Lusófonos, Kizombas, Andanças e Festanças, Ópera Negra, Memórias Póstumas de Tereza de Jesus, entre outros.


 


Milton Gonçalves
Ator e diretor de teatro, cinema e TV, Milton Gonçalves atuou e dirigiu vários programas de TV de repercussão nacional e internacional, como a primeira versão de A Escrava Isaura, novela brasileira mais vista em todo o mundo. Em 1995, foi nomeado subsecretário do Gabinete Civil Para Assuntos Extraordinários do Governo do Estado do Rio de Janeiro. No seu primeiro ano de trabalho, realizou o Projeto Zumbi Vive! -Comemorativo do Tricentenário da República de Palmares. Em 2006 fez uma participação no primeiro capítulo da novela Sinhá Moça e, graças à única aparição, foi indicado ao 34º Emmy Internacional na categoria Séries Dramáticas.


 


Orlando Senna
Secretário de Audiovisual do Ministério da Cultura, Orlando Senna é também cineasta, jornalista e escritor. Formou-se em Teatro pela UFBA e tem seis livros publicados. Assinou o roteiro do filme Ópera do Malandro (1986), com direção de Rui Guerra. Outra obra de grande repercussão foi Iracema (1974), na qual foi roteirista e diretor – o que lhe rendeu o Prix Jeune Cinéma, de Cannes. Além da carreira artística, seguiu a carreira acadêmica, lecionando Cinema em universidades do México e de Cuba.


 


Arthur Poerner
Autor do livro O Poder Jovem: História da Participação Política dos Estudantes Brasileiros – que é considerado a bíblia do movimento estudantil -, Arthur Poerner, além de escritor, é jornalista. Teve seus direitos políticos suspensos, foi exilado e preso durante a ditadura. Escreveu vários livros, entre eles Nas Profundas do Inferno, baseado nas experiências de prisão política. Atualmente, está escrevendo mais duas obras: Leme – Viagem ao Fundo da Noite e uma autobiografia, ainda em fase inicial.


 


Augusto Boal
Augusto Boal é dramaturgo, ensaísta e escritor. Sua principal contribuição para as artes cênicas é o Teatro do Oprimido – estilo que visa a transformar o espectador em protagonista. É também criador do Teatro Legislativo, no qual aproveitou sua experiência como vereador do Rio de Janeiro (1996). Dirige o Centro de Teatro do Oprimido CTO-Rio, que realiza diversos projetos sociais com o objetivo de promover o diálogo entre as classes menos favorecidas.


 


Mr. Catra
Mr. Catra é um cantor de funk conhecido por sua personalidade polêmica e suas letras que se aproximam do chamado “funk proibidão” – que faz apologia ao crime e à violência. Já se apresentou em boates da Europa e em várias favelas cariocas. Seu primeiro disco, O Bonde dos Justos, foi lançado em 1995 e fez sucesso com a música Vida na Cadeia. Em 2006, Mr. Catra participou do videoclipe Gueto, de Marcelo D2, que foi indicado ao VMB 2006 na categoria Melhor direção de arte em videoclipe.


 


Manoel Rangel
Manoel Rangel é cineasta formado pela USP. Dirigiu três curtas-metragem – Retratos, Vontade e O Pai. Como secretário do Audiovisual, coordenou o grupo de trabalho sobre regulação e reorganização institucional da atividade cinematográfica e audiovisual no Brasil. Foi representante do MinC no Comitê de Desenvolvimento e no Grupo Gestor do Sistema Brasileiro de TV Digital. É o novo diretor-presidente da Agência Nacional do Cinema (Ancine).


 


DJ Marlboro
Um dos responsáveis pela divulgação do funk carioca, DJ Marlboro venceu, em 1989, o Campeonato Brasileiro de DJs – época em que o estilo musical começou a se propagar pelo país. Seu trabalho está registrado nos livros Cidade Partida, de Zuenir Ventura; O Mundo Funk Carioca, de Hermano Viana; e Abalando os Anos 90, de Michel Herschmann. O DJ também possui duas obras publicadas: Funk no Brasil – Por Ele Mesmo e Aventura do Dj Marlboro pela Terra do Funk. Em 2003 foi o primeiro DJ brasileiro a participar do Summer Stage, no Central Park, em Nova York.