Greve geral no Líbano reclama demissão do governo e nova eleição

A greve geral desta terça-feira (23) no Líbano mobilizou milhares de manifestantes em barricadas nas principais vias de acesso a Beirute e no resto do país. A coalisão oposicionista das “forças nacionais”, tendo como força maior o Hezbolá, convocou a grev

A jornada tem sido marcada pela violência. Na cidade cristão de Biblos um homem armado abriu fogo contra manifestantes, ferindo três pessoas. Em Batrun um enfrentamento semelhante também deixou feridos. No vilarejo montanhês de Sofar, um militante da oposição foi gravemente ferido. As forças de segurança também recorreram a disparos na tentativa de dispersar o movimento.



A coligação oposicionista



Os piquetes de grevistas, por sua vez, desde as primeiras horas da manhã recorreram a barricadas de pneus em chamas para conter o trânsito. Militantes com o rosto coberto, comunicando-se por meio de celulares e movimentando-se em motos, organizavam o protesto.



A coligação oposicionista inclui, além do Hezbolá, a organização cristã do general Michel Aun, o Amal e o Partido Comunista, entre outras forças. O objetivo é forçar a renúncia de Siniora e a realização de eleições antecipadas, visando formar um governo de união nacional. A coligação oposicionista não pretende se impor como única força governante, mas quer uma fatia que lhe garanta um poder de veto.



Hezbolá e governo, discursos opostos



A greve geral é “um dia importante, estruturador e sensível na história do Líbano”, avaliou Saied Hassan Nasralá, secretário-geral do partido Hezbolá, em um pronunciamento transmitido pela TV libanesa. Ele destacou o compromisso do Hezbolá “com as outras forças nacionais”, que é “moral e político”. Para Nasralá, a jornada de hoje representa “um exemplo real e nacional de parceria”.



Siniora, por sua vez, chamou os libaneses a comparecerem normalmente ao trabalho, “sem ceder às ameaças e pressões da oposição”. “A oposição árece querer paralizar tudo intimidando as pessoas, para dar ao mundo uma imagem de desordem no Líbano, disse ainda o primeiro ministro, para quem o objetivo do movimento é “demolir, destruir, intimidar e aterrorizar”.



A data da greve geral foi escolhida para coincidir com a conferência Paris 3, na capital francesa. O objetivo declarado do encontro é ajudar o Líbano a se recuperar da invasão israelense do ano passado, mas a oposição o enxerga como uma tentativa de elevar o poder de pressão do Ocidente sobre o país.



Da redação, com agências