Afinal, quantos votos ainda estão em disputa na Câmara?
O favoritismo de Arlindo Chinaglia (PT-SP) na eleição à presidência da Câmara Federal pode até ser claro, mas algumas dúvidas se impõem nos últimos dias de campanha. Quantos votos assegurados tem cada candidatura? Como Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e Gustavo Fru
Publicado 28/01/2007 19:12
O noticiário neste domingo (28/01) trouxe mais enigmas do que luzes à disputa. Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo – os dois jornais paulistas que trouxeram pesquisas sobre a preferência dos deputados – apresentaram números divergentes. O carioca O Globo aumentou a confusão ao anunciar 140 parlamentares indecisos (27% da Câmara).
A eleição ocorre na próxima quinta-feira (1º/02). Para se eleger em primeiro turno, será necessário atingir a maioria absoluta de 257 votos – metade dos deputados mais um. No segundo turno, vale a maioria simples. Em caso de dois turnos, a votação será feita também na quinta, logo após a apuração do primeiro turno.
O que diz o Estadão
O levantamento do Estadão, reproduzida por jornais como o Correio Braziliense, mostra Chinaglia em posição aparentemente confortável. Segundo a enquete – feita com 416 dos 513 deputados (81%) -, Chinaglia obteve 174 votos (41,8%), seguido por Aldo, com 113 (27,2%), e Fruet, com 80 (19,2%).
Todos os deputados eleitos ou reeleitos em 2006 foram procurados para opinar, entre os dias 22 e 26, sob a condição de não terem o nome publicado. Não responderam ou não foram localizados 97 deles.
Na enquete anterior do jornal, feita na primeira semana de janeiro e com Fruet fora da corrida, Chinaglia já aparecia à frente, com 35 9%. Aldo, atual presidente da Câmara, tinha 27,2%. Agora, enquanto o petista cresceu e segue na frente, a briga pelo segundo lugar pode surpreender.
O que revelam esses dados? Em primeiro lugar, que há 11,3% de indecisos e, matematicamente, Fruet pode superar Aldo. Mas, além disso, que qualquer um dos dois – se abocanhar os votos do derrotado e dos indecisos no primeiro turno -pode derrotar Chinaglia num provável turno final.
Os números da Folha
Só que uma discrepância prevalece entre os números revelados pelos jornais de São Paulo. Embora a Folha tenha entrevistado mais parlamentares (441 da nova legislatura – 85,96% dos eleitos – entre 8 e 26 de janeiro), a votação de Fruet, por exemplo, é 20% menor do que no levantamento do Estadão.
A enquete da Folha aponta que 35,1% (155) dos deputados entrevistados votariam em Chinaglia; 29,2% (129) em Aldo; e 14,5% (64) em Fruet. Dentre os eleitos, há 21,2% (93) que não quiseram revelar o voto.
Num segundo turno entre Chinaglia e Aldo, 36,9% (162) dos deputados dizem prefeirr o petista, enquanto 31% (137) optam pelo comunista. Outros 32,1% (142) dos parlamentares consultados não revelaram em quem votariam.
Na hipótese de Chinaglia e Fruet disputarem o segundo turno, o candidato tucano perderia. Enquanto ele recebe 27,8% (122) das intenções de votos, Chinaglia obtém 45,8% (201). Outros 26,4% (118) não opinaram.
A força dos indecisos
Já pelos cálculos de O Globo, os três candidatos vão investir num grupo de cerca de 140 deputados que ainda estariam indecisos ou já mudaram de lado mais de uma vez nas últimas semanas.
Segundo o jornal, em cada quartel-general os coordenadores fazem e refazem contatos e admitem a dificuldade de vencer em primeiro turno. Os aliados de Aldo apostam que ele irá ao segundo turno, pois detém cerca de 200 votos contra 210 a 230 de Chinaglia. Fruet, pelas contas de seus aliados e adversários, teria por volta de 100 a 110 votos.
Os petistas contam com 60 dos 90 votos do PMDB. Para os aliados de Aldo, é metade para cada um. No PP, a candidatura Aldo acredita ter entre 17 e 20 votos, dos 41. Os petistas contabilizam pelo menos 25 votos.
Nesta segunda-feira, três dias antes da eleição, Chinaglia, Aldo e Fruet se encaram em debate, pela manhã, na TV Câmara. Com duração de 2h30, o programa será dividido em quatro blocos, e os candidatos responderão a questionamentos dos jornalistas da Câmara e dos repórteres de veículos credenciados para a cobertura diária no Congresso.
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