Aldo realça lealdade e independência
“Não há paradoxo entre a lealdade e a independência”, realçou o presidente da Câmara e candidato à reeleição, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), no discurso que fez na abertura da sessão de eleição da mesa diretora da Casa. “Minha história é de lealdade”, afirmou
Publicado 01/02/2007 18:27
Ele identifica sua candidatura com a unidade e o equilíbrio das forças políticas da Câmara, ressaltando que o Brasil democrático que está sendo construído “precisa de unidade, mas também precisa de harmonia e equilíbrio”. Aldo acrescentou que sua candidatura também é opção de equilíbrio entre os poderes, entre as várias forças que apóiam o governo e entre governistas e oposição.
Administração de crises
Aldo assegurou que, na Presidência, não ignorou os escândalos que abalaram a Câmara nos últimos dois anos.
“Posso dizer que mais dirigi a crise que a Casa, mas não fugi à responsabilidade”. Apesar de ter de administrar processos de perda de mandato e até enfrentar grupos que depredaram a Câmara, Aldo lembrou que no período foram aprovados projetos importantes como o Fundo de Educação Básica (Fundeb) e o fundo de incentivo ao esporte.
Ele comparou os deputados ao soldado que guarda a fronteira para garantir a soberania do País. “Para a mulher simples e o trabalhador de norte a sul do Brasil, o deputado é às vezes a única porta a que ele tem acesso”, descreveu Aldo, para afirmar que essa é a mais importante instituição do País. Segundo ele, a Câmara é a casa da diferença, do debate e também do conflito, “onde se expressam o pequeno e grande produtor rural, o comerciário e o comerciante, o velho e o jovem”.
Para Aldo, fora da democracia e do Poder Legislativo não há como a sociedade brasileira construir o caminho do desenvolvimento sustentável e da superação da desigualdade.
Nova legislatura
Aldo lembrou que a nova legislatura terá uma agenda complexa, como o novo pacto federativo, reivindicado por governadores e prefeitos, e a reforma tributária.
E concluiu seu discurso remetendo ao personagem símbolo de sua campanha – o “Corneteiro de Pirajá”. O cabo Luiz Lopes ganhou seu lugar na história em 1822, na batalha dos Pirajás, entre os brasileiros que lutavam pela independência contra tropas portuguesas. Orientado a dar o toque de recolher, deu o toque de “avançar Cavalaria”, assustando os portugueses e levando os brasileiros à vitória.
O personagem virou material de campanha do candidato. Os parlamentares-eleitores eos simpatizantes da candidatura ostentavam nas lapelas broche com uma corneta e o nome “Aldo”.
Fruet e Arlindo
O candidato tucano, Gustavo Fruet (PR) – o primeiro a discursar – reforçou que sua candidatura não é de protesto, mas propositiva. Agradeceu a todos os que o apoiaram, destacando a atuação do Parlamento na legislatura anterior, quando foram votadas matérias importantes com a ajuda dos partidos da oposição, como a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas.
O último candidato à Presidência da Câmara a discursar, o petista Arlindo Chinaglia (SP), destacou que “os deputados têm o dever de fazer do Parlamento um Poder respeitado e que represente o povo brasileiro”, acrescentando que “não vamos assistir ao ataque injusto ao parlamentar ou à instituição. Esta Casa vai ser dirigida pela Constituição e pelo Regimento Interno. O que precisarmos mudar mudaremos democraticamente”, disse.
Com agências