Lula e Aldo se reunirão na segunda-feira para tratar do PAC
Após a acirrada disputa pela presidência da Câmara, na qual dois aliados seus se enfrentaram no segundo turno e criaram feridas ainda abertas na base governista, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convidou o candidato derrotado Aldo Rebelo (PCdoB-SP)
Publicado 03/02/2007 18:39
Se aceitar o convite, o comunista terá ao lado o novo presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP) e o vencedor da disputa no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que superou por larga margem o oposicionista José Agripino Maia (PFL-RN).
Lula, que na sexta-feira afirmou não ter pressa para conduzir a primeira reforma ministerial do seu segundo mandato, disse que outros assuntos estarão em pauta na conversa de segunda-feira, mas destacou que a prioridade será o PAC.
“Agora nós precisamos fazer com que a Câmara ajude o governo a cumprir a programação que está no PAC”, disse o presidente a jornalistas após a celebração do shabat – símbolo máximo do judaísmo – em evento da Congregação Israelita Paulista, na noite desta sexta-feira (2/2).
Holocausto
Recebido pelo amigo e rabino Henry Sobel, o presidente foi exaltado por muitos dos judeus ali presentes por conta das suas declarações contra o anti-semitismo e por ter influído na decisão da Organização das Nações Unidas (ONU) de rejeitar o questionamento do Holocausto, massacre de milhões de judeus pelo regime nazista de Adolf Hitler.
“Não podemos no século 21 aceitar a negação dos fatos históricos do século 20”, afirmou Lula em discurso, o último após vários oradores criticarem o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, por debater em um congresso sobre a existência do extermínio dos judeus pelos nazistas.
Tantos eram os elogios à posição do presidente que o rabino norte-americano Israel Singer se empolgou: “Onde estava o senhor em 1937?”, perguntou. “O senhor, que é um grande líder, influenciaria para que não houvesse o Holocausto.”
Depois da sua fala, Lula foi timidamente aplaudido por um grupo de pessoas na sinagoga, apesar de esse não ser um hábito durante a cerimônia do shabat. Por isso, o rabino Sobel interveio para acabar com a moderação dos ouvintes.
“Eu não me lembro de um shabat, um serviço religioso judaico, no qual aplaudimos um orador. Mas o senhor, sendo presidente da República, merece os aplausos de todos nós”, disse o líder religioso, prontamente atendido.
No evento também estiveram presentes os governadores paulista, José Serra, e baiano, Jaques Wagner, e o presidente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Dom Geraldo Magela Agnelo, além de embaixadores.