Um ataque ao Irã seria desastroso segundo estudo britânico

Uma ação militar contra o Irã teria consequências desastrosas, afirmou um relatório divulgado na segunda-feira por um grupo de centros de estudos com sede no Reino Unido, além de outras entidades, que fizeram um apelo para que haja uma saída diplomática p

Os Estados Unidos e Israel vêm aumentando a retórica agressiva contra o Irã nas últimas semanas, o que provocou especulações de que os dois países possam estar se preparando para agredir o Estado islâmico.


 



Os EUA enviaram um segundo porta-aviões para o golfo Pérsico, uma clara ameaça para o Irã, cujo programa nuclear serve de pretexto para os americanos afirmarem que o país pretende produzir armas atômicas. A medida aumenta ainda mais a instabilidade política e militar da região.


 



O relatório conjunto, elaborado por 17 organizações, entre elas o Centro de Política Externa, a Oxfam e o Conselho Muçulmano do Reino Unido, afirmou que um ataque “daria razão” ao Irã, minaria as esperanças de estabilidade no Iraque e prejudicaria o crescimento econômico mundial, com a alta dos preços do petróleo.


 



“Nosso recado hoje é simples”, disse Alex Bingham, analista especializado em Irã do Centro de Política Externa. “Apesar da beligerância, apesar da tensão, ainda há tempo de conversar com o Irã.”


 



Diplomatas europeus disseram na segunda-feira que o Irã instalou 328 centrífugas de enriquecimento de urânio, negando-se a executar as resoluções do Conselho de Segurança da ONU. Os iranianos sustentam o objetivo do programa é produzir energia elétrica com fins pacíficos e que as centrífugas e o combustível gerado não são capazes de fabricar combustível para armas nucleares.


 



O relatório recebeu o apoio de Richard Dalton, que foi embaixador britânico em Teerã de 2002 a 2006. “A ação militar não apenas dificilmente vai funcionar como será um desastre para o Irã, para a região e bem possivelmente para o mundo”, disse ele.


 



Segundo o estudo, se houver um ataque “o setor linha dura do Irã” ganhará força. A ação também “pode provocar ataques terroristas” no Ocidente.


 



O texto recomenda que sejam eliminadas as precondições para a realização de negociações, que se tente a realização de contatos diretos entre EUA e Irã e o desenvolvimento do pacote oferecido em junho pelas grandes potências aos iranianos em troca da interrupção do programa nuclear. Os EUA se recusam a dialogar.