EUA acusados de seqüestrar diplomata do Irã em Bagdá

Funcionários dos governos do Iraque e do Irã anunciaram que homens usando uniformes do Exército iraquiano seqüestraram um diplomata iraniano em um bairro central de Bagdá. Jalal Sharafi, segundo secretário da embaixada do Iraque nesta capital, foi captura

Mohammad Ali Hosseini, porta-voz da chancelaria do Irã, disse que Sharafi foi seqüestrado por um grupo atuando sub supervisão estadunidense. “Conforme informações confiáveis, o grupo que realizou este ato completamente terrorista atua sob supervisão das forças americanas”, afirmou.



Porta-voz do Pentágono nega culpa



Hosseini concendou a captura de Sharafi, responsabilizando os EUA por sua vida. “A República Islâmica do Irã condena energicamente este ato agressivo que viola a lei internacional”, disse.



O tenente-coronel Christopher Garver, porta-voz militar dos EUA em Bagdá, assegurou que nenhuma tropa americana, ou tropa iraquiana vinculada à força de ocupação, envolveu-se no incidente. “Checamos junto às nossas unidades e não foi uma MNF-I (sigla das forças multinacionais no Iraque) que participou neste evento”, disse Garver, referindo-se à força espacial iraquiana que é dirigida pelo Pentágono dentro do organograma da ocupação.



Iraquiano acusa tropas sob comando dos EUA



Um funcionário do Iraque disse que soldados iraquianos, transportados em dois veículos, interceptaram o carro de Sharafi às 18 horas de domingo (horário local), numa área da cidade habitada predominantemente por xiitas. Os soldados transferiram sya vítima para outro carro e desapareceram.



Funcionários da polícia iraquiana suspeitaram que estava ocorrendo um seqüestro e abriram fogo contra os carros, e detiveram alguns dos seus ocupantes. No entanto, a prisão foi relaxada nesta segunda-feira (5).



O mesmo funcionário iraquiano que serviu de fonte, e que pediu para não ser identificado devido ao caráter sensível da informação, afirmou que as tropas iraquianas empregadas na ação fazem parte da unidade do Exército que recebe ordens diretamente do comando minitar estadunidense.



Bush deu permissão para matar



A Casa Branca recentemente autorizou as tropas do Pentágono no Iraque a matar e prender agentes iraquianos suspeitos de representar uma ameaça. A alegação foi que haveria crescentes evidências de que o Irã dá apoio a “terroristas” no interior do Iraque.



Os EUA acusaram o Irã de ser o maior fornecedor de bombas e outros artefatos usados para alvejar as tropas americanas. Teherã negou as acusações. As tensões entre a Casa Branca e a República Islâmica cresceram em virtude do esforço americano para isolar o Irã, visando compeli-lo a abandonar um suposto programa militar atômico.