PT rompe acordo com PTB para brigar pelo Conselho de Ética da Câmara

O PT decidiu entrar na briga pela presidência do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. O partido havia cedido ao PTB a indicação do novo presidente do órgão nas negociações para eleição do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) à presidência da Câmara

O partido decidiu recuar, no entanto, pressionado por deputados petistas que temem ser julgados pelo conselho na atual legislatura –como Paulo Rocha, que renunciou ao mandato em 2005 para escapar da cassação em meio ao escândalo do mensalão.


 


O PTB já havia se articulado para reconduzir o deputado Ricardo Izar (SP) ao cargo. O PT, por outro lado, quer emplacar um nome do partido. Os mais cotados são os deputados José Eduardo Cardozo (PT-SP) e Odair Cunha (PT-MG). O nome de Cardozo ganhou força nos últimos dias.


 


Os petistas acreditam na credibilidade do parlamentar –conquistada em meio às investigações da CPI dos Correios– como suficiente para derrotar Izar se a decisão tiver que ir para o voto.


 


Irritação do PTB


 


Izar não esconde a irritação com a possibilidade de disputar o cargo com um petista. O deputado disse à Folha Online esperar que Chinaglia cumpra o acordo firmado com o PTB no início do ano.


 


“O PTB abriu mão de posições na Câmara para ficar com o Conselho. Se o PT lançar candidato, vamos disputar. Mas acredito que, na hora em que o presidente Chinaglia conversar com o partido, vai dizer que ele deve cumprir o acordo”, afirmou.


 


O processo contra Paulo Rocha acabou arquivado com a renúncia do deputado, mas pode ser reaberto na atual legislatura se um partido político decidir protocolar nova denúncia no Conselho. Além de Paulo Rocha, o PT teme que o Conselho de Ética tenha que julgar processo contra o deputado Juvenil Alves (PT-MG).


 


Ele é acusado de planejar e executar um esquema de corrupção que visava blindar o patrimônio de empresas devedoras de tributos, que somariam R$ 1 bilhão. A Polícia Federal pediu o indiciamento de Juvenil Alves, que é advogado tributarista, mas o deputado recorreu ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra a decisão.


 


Fonte: Folha Online