Paulo Henrique Amorim: “Serra arrumou um bode expiatório”

SERRA ARRUMOU UM BODE EXPIATÓRIO

 

A demissão de Luis Carlos David da presidência do metrô de São Paulo é um caso típico de se escolher o “bode expiatório” e ver se cola.

 

. O Sr. David não tem nada a ver com o desastre que é a obra do Metrô.

 

. Quem tem a ver com isso são os senhores Geraldo choque de gestão Alckmin e o presidente-eleito José Serra.

 

. O problema é o contrato de “porteira fechada”, um convite à ineficiência (e à corrupção, se os empreiteiros forem de má fé), porque premia andar rápido e faturar rápido.

 

. (Por falar nisso: quando é que FHC, o teólogo da privatização, vai voltar ao tema?)

 

. O contrato de “porteira fechada”, agora se vê, subiu ao palanque da candidatura de Alckmin à presidência da República.

 

. Alckmin precisava da obra pronta o mais rápido possível e é o único responsável por não se usar o tatuzão – e, sim, as explosões com dinamite (O “tatuzão” demorava mais, mas era melhor).

 

. Agora, de novo, o mutismo e a inércia de José Serra tem a ver com sua candidatura (ou posse) em 2010.

 

. Serra trabalha com a imprensa (escrita) de São Paulo para fazer o problema sumir do noticiário.

 

. E não muda nada. Mantém o sistema da “porteira fechada”, porque é o melhor para reforçar o caixa do Estado.

 

. E transfere o princípio da privatização para o resto da administração do Estado: privatiza a educação

(clique aqui para ler a entrevista do presidente da associação dos professores da USP); privatiza as escolas de samba (como se as do  Rio e de Salvador fossem financiadas pelo Estado…), privatiza o Rodoanel…

 

. E faz as obras que sejam mais exuberantes para um presidente com posse marcada para 2010.

 

. Serra não mudou nada do que Alckmin fez. Ou melhor, mudou o controle sobre o caixa. Só isso.

 

. O Metrô de São Paulo está entalado nas campanhas presidenciais dos tucanos de São Paulo.

 

. O Sr. David, coitado, pagou o pato.