Gilberto Gil diz que trabalho de ministro não o deixa compor

O cantor e ministro da Cultura, Gilberto Gil, reconheceu nesta segunda-feira (26/2) em Vitoria (norte da Espanha), que nos últimos quatro anos só escreveu duas canções porque seu trabalho como ministro da Cultura não deixa tempo “físico e psicológico” par

O músico se apresentará esta semana no Teatro Principal de Vitoria com o show “Gil, o Luminoso”, como parte de uma viagem pela Espanha que também o levará às cidades de Tenerife e Barcelona.



Em entrevista coletiva, o compositor destacou que se dedica a seu trabalho como ministro da Cultura e à música com “igual entusiasmo”, apesar de serem dois trabalhos “muito diferentes”. Gil reiterou que o tempo é “muito tirano e severo” e que mal pode escrever suas canções.



No entanto, Gil disse que, historicamente, compor “nunca foi a parte mais interessante” do seu trabalho, e especificou que prefere cantar, tocar e atuar. “Felizmente posso continuar fazendo isso, embora não tão intensamente como antes”, especificou.



O trabalho como ministro, acrescentou, é algo prático, “de fazer coisas que possam e devam ter um impacto na vida real”, enquanto a função da música é “entreter e propiciar olhares e paisagens descritivas sobre a vida, o homem, a natureza”.



Governo Lula
Durante a conversa com os jornalistas, o ministro destacou o auge de governos de esquerda na América Latina, “comprometidos com o povo e com as políticas sociais”, frente aos governos anteriores e aos golpes militares.



O ministro disse que no Brasil os números falam “com eloqüência” desde que Lula assumiu o governo, e ressaltou que gosta de fazer parte desse projeto, que contribui para melhorar o país.



Gil também se referiu aos direitos autorais e destacou a necessidade de encontrar um equilíbrio entre o desenvolvimento das novas tecnologias e os interesses tradicionais, com o objetivo de que os autores sejam remunerados e, ao mesmo tempo, o acesso do público à música seja o mais democrático possível.