Tarso defende ''minirreforma'' política de três pontos

O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, disse, nesta terça-feira (27), que é possível chegar a um consenso para votar em um mês, no Congresso Nacional, os três pontos da reforma política considerados principais pelo governo: a fidelidade p

Ele chamou esses pontos de um “programa mínimo”, uma espécie de minirreforma.


 


Na avaliação do ministro, a aprovação dessas propostas é fundamental para alavancar outras mudanças necessárias.


 


Tarso Genro participou de uma reunião com o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, e com o presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Rodrigo Collaço para tratar da questão. Ao final do encontro, disse que há um consenso entre governo e as duas entidades de que é necessário aprovar pelo menos esses pontos até o fim do primeiro semestre.


 


“Se for possível uma reforma através de um programa mínimo, rápida, é muito melhor do que não sair nada. É possível ser acordado esse programa mínimo no primeiro semestre. Isso ficou claro na nossa conversa. Há um entendimento que tem três pontos fundamentais [na reforma política]. Se nós não atravessarmos esses três pontos, o resto da reforma política não sai: a fidelidade partidária, a votação em lista e o financiamento publico das campanhas. Não é impossível que se chegue daqui a um mês, daqui a 60 dias, a um acordo para votar esses três pontos. Isso seria extremamente importante para o país”, declarou o ministro.


 


Tarso Genro evitou entrar em confronto com o Congresso, ao ser perguntado se os parlamentares não estariam demorando demais para discutir e aprovar a reforma política.


 


“Nós não podemos fazer esse juízo. As grandes questões políticas do país sempre são resolvidas em cima de uma mobilização social e de um debate que o Parlamento trava. Se o Parlamento demorou até agora, ele tinha razões para demorar, a questão não estava madura, as bancadas não tinham visão afinada. Seguramente o tema não tinha atingido, como atingiu agora em cheio o interesse da sociedade civil, que tem vontade política que essa reforma se realize”, disse Tarso.


 


Chinaglia desprezou sugestões da OAB


 



Depois da troca de farpas com o presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), o presidente da OAB, Cezar Britto, anunciou que a entidade vai até o Congresso para entregar sua proposta. Uma audiência entre Chinaglia e Britto foi marcada para a manhã de sexta-feira (2).


 


“O Parlamento, por sua essência, tem que conversar com a sociedade. Conversei hoje [terça-feira] com o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia. Marcamos uma audiência para sexta-feira. E vamos levar exatamente a proposta da OAB, mostrando que estamos dispostos a discutir a reforma política. E não só com o Parlamento, mas colaborando para trazer mais reflexões da sociedade”, disse Britto.


 


Na última sexta-feira (23), o presidente da Câmara disse que encararia as propostas da OAB apenas como sugestões. O presidente da entidade reagiu, afirmando que Chinaglia teria esquecido que a Câmara é um espaço para discutir propostas do povo.


 


Fonte: G1