Mino Carta: Como Serra pôs “Folha” e “Estadão” a seus pés

Serra, isso não é de hoje, goza de imenso prestigio junto aos patrões da mídia nativa, com os quais mantém contatos periódicos, sobretudo quando algum profissional desabrido mostra-se inclinado a exercer o espírito critico.


 


Por M

A glória de Alqueres


 


Na Mooca e no Brás, italianos e espanhóis, em tempos idos, competiam pelo mando nos bairros e brigavam muito, à mesa dos bares e pelas calçadas. No governo do Estado de São Paulo hoje eles se entendem com perfeita afinação. Refiro-me ao governador José Serra e ao seu secretário de Comunicação, Hubert Alqueres.


 


Ontem (26/02) veio a São Paulo a comissão do Senado que pretende investigar os contratos do metrô paulistano. O motivo é óbvio, a voragem da linha 4, estação Pinheiros. Nosso queixo não desabará se a operação senatorial der em nada, mas os parlamentares vieram e inspecionaram diligentemente as obras. Foram acompanhados por jornalistas e câmaras, alem de curiosos.


 


Estranhamente, rádios e televisões não transmitiram, ontem ainda, uma única, escassa informação a respeito, assim como, na manhã de hoje, O Estado de S.Paulo e a Folha silenciaram. Sabemos que as reportagens chegaram a ser editadas, mas não foram ao ar, ou ao prelo.


 


A explicação está na aliança ítalo-espanhola. O governador preferia que a visita dos senadores ficasse em nuvem alvíssima, e o secretario Alqueres desencadeou uma blitz junto às redações, de sorte a ser cumprida a vontade do seu amo.


 


Serra, isso não é de hoje, goza de imenso prestigio junto aos patrões da mídia nativa, com os quais mantém contatos periódicos, sobretudo quando algum profissional desabrido mostra-se inclinado a exercer o espírito critico. De todo modo, Alqueres cobriu-se de glória.