PMDB: Grupo de Temer quer impugnar candidatura de Jobim

Aliados do presidente do PMDB, Michel Temer (SP), na disputa pelo comando da legenda prometem ingressar nesta segunda-feira (05/03), no próprio partido, com pedido de impugnação da chapa encabeçada pelo ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Nels

O pedido de impugnação será baseado em três argumentos. O primeiro diz que a chapa de Jobim não foi subscrita por seus integrantes, o que na prática inviabilizaria a sua validade. Os aliados de Temer também vão argumentar que houve repetição de nomes que integram a chapa. “O Estatuto do PMDB pede a chapa completa, mas há nomes que se repetiram”, disse Cunha.


 


O grupo de Temer ainda vai argumentar, no pedido, que houve duplicidade de nomes, com a inscrição de pessoas que integram a chapa de Temer. “Essas pessoas assinaram a nossa chapa e temos assinaturas para comprovar a irregularidade”, afirmou Cunha.


 


Se o pedido for realmente protocolado no partido, a decisão será da Executiva Nacional do PMDB — que se reúne no próximo domingo para a eleição do novo presidente. Caso a Executiva não se manifeste sobre o pedido antes da convenção nacional, Cunha não descarta a hipótese de recorrer à Justiça contra a candidatura do ex-presidente do STF. Além dos nomes dos candidatos à presidência da legenda, constam nas chapas os nomes dos 119 candidatos a membros do diretório do PMDB.


 


Articulações


 


Jobim passou o final de semana em Brasília numa série de telefonemas para peemedebistas na tentativa de reverter as especulações de uma vitória anunciada de Temer. Aliados do atual presidente do partido dão como certa a sua vitória depois que Temer conquistou o apoio de Estados como o Ceará — que reúne 50 votos no diretório nacional.


 


Aliados de Jobim, no entanto, rebatem os cálculos do grupo de Temer. No Ceará, que fechou o apoio a Temer com o aval do deputado Eunício Oliveira (PMDB-CE), o grupo de Jobim avalia ter uma pequena parcela dos votos. O grupo de Jobim também aposta em estados como o Rio de Janeiro, que está dividido na disputa, mas reúne o maior número de votos no diretório — 77 no total.


 


Enquanto o governador Sérgio Cabral trabalha pela candidatura de Jobim, o ex-governador do Estado Anthony Garotinho declarou apoio a Temer.


 


O clima de “já ganhou” irritou aliados de Jobim, que se mobilizam na disputa em favor do candidato. Os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e José Sarney (PMDB-AP) também se dedicaram a conversas telefônicas no final de semana em favor de Jobim. Hoje, o grupo pró-Jobim vai divulgar um manifesto em defesa da candidatura do ex-presidente do STF.


 


A vitória de Temer acabou anunciada por seus articuladores diante do sinal emitido pelo Palácio do Planalto de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não vai esperar a Executiva do PMDB para anunciar a reforma ministerial — para reverter o mal-estar criado com o seu apoio indireto a Jobim.