Dia da Mulher: Trabalhadoras rurais defendem reforma agrária

Cerca de 1.300 mil mulheres da Via Campesina, a maioria organizada pelo MST, realizaram na manhã desta terça-feira (6) quatro ocupações de terras no Rio Grande do Sul. Em Pernambuco, 600 mulheres ocuparam  área da Usina Estreliana, já desapropriad

O lema das mobilizações  deste ano é “Mulheres Camponesas na Luta por Soberania Alimentar, contra o Agronegócio”. Como alternativa ao agronegócio, as mulheres da Via Campesina defendem a reforma agrária, agricultura camponesa e a soberania alimentar.



No Rio Grande do Sul, as mulheres ocuparam áreas de empresas que tem monoculturas de árvores para denunciar que o deserto verde está impedindo a reforma agrária e inviabilizando a agricultura camponesa.



Foram ocupadas áreas da Aracruz em Santana do Livramento, da Votorantim em Candiota, da Stora Enso em São Francisco de Assis e da Boise em Eldorado do Sul, região metropolitana de Porto Alegre.



Juntas essas quatro empresas tem mais de 200 mil hectares de terras no Rio Grande do Sul, onde daria para assentar 8 mil famílias gerando trabalho, renda e dignidade no campo, denunciam os movimentos que fazem parte da Via Campesina.



Segundo as manifestantes, ''esse deserto verde está tomando conta das terras gaúchas e só quem colhe lucro são essas empresas. Para a sociedade, o que tem aumentado é a seca, os prejuízos ambientais, o desemprego e a pobreza no campo''.



Estudos comprovam que onde avança o deserto verde a agricultura camponesa está sendo destruída, e as primeiras pessoas a serem excluídas da agricultura são as mulheres, porque elas trabalham principalmente na criação de pequenos animais  e produção de alimentos para subsistência das famílias ou para os mercados locais. Por isso, com o fortalecimento do agronegócio cresce a exclusão social das mulheres.



Espera por justiça



Em Pernambuco, cerca de 600 trabalhadoras rurais da Via Campesina, organizadas pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) e MST, ocuparam o Engenho João Gomes, no município de Gameleira, dentro do complexo da Usina Estreliana. As mulheres reivindicam a desapropriação de três áreas da usina – os Engenhos Pereira Grande, Bela Feisão e João Gomes.
 


O engenho ocupado já foi desapropriado pelo , mas a decisão foi revogada pelo Tribunal Regional Federal (TRF) e atualmente aguarda decisão final do Supremo Tribunal Federal (STF).



A ocupação da Usina Estreliana faz parte das mobilizações do Dia Internacional da Mulher. Na segunda-feira (5), trabalhadoras rurais do MST, CPT e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Aliança ocuparam a prefeitura de Aliança, em protesto contra as péssimas condições de saúde e educação nos assentamentos da zona rural da cidade.



Fonte: MST