Ataque suspeito massacra centenas de iraquianos

Atentados contra peregrinos xiitas continuam a se suceder no Iraque nesta quarta-feira (7/3), um dia depois de uma ação supostamente suicida matar quase cem pessoas em Hilla, 95 quilômetros ao sul de Bagdá. Ao menos 11 xiitas morreram hoje em ataques a bo

Uma série de ataques rebeldes contra peregrinos xiitas deixaram ao menos 128 mortos e 200 feridos na terça-feira, segundo a polícia. Na pior ação, dois carros-bomba explodiram em Hilla, matando 93 pessoas e ferindo outras 147.



Foi o pior ataque desde 3 de fevereiro, quando ao menos 127 pessoas morreram e 305 ficaram feridas em um atentado suicida com um caminhão-bomba em um mercado de Bagdá.



Milhares de fiéis xiitas estavam a caminho da cidade de Karbala, 80 km ao sul de Bagdá, para as comemorações que marcam o fim dos 40 dias de luto do aniversário da morte do imã Hussein, morto no ano 680.


 


Os ataques são atribuídos pelo governo e pelas forças de ocupação americanas a sunitas, mas existem evidências que o próprio governo, no seu Ministério do Interior, treina e abastece esquadrões da morte que realizam atentados pelo país. Os EUA são acusados de fornecerem armas e explosivos aos esquadrões.


 



Hoje, uma multidão carregava caixões em Hilla, onde uma das principais ruas da cidade ficou coberta com sangue e escombros após a suposta ação suicida.



Abbas Ali, 32, peregrino que seguia de Bagdá para Karbala, ingenuamente amarrou um crachá de identificação ao pescoço. “Estou usando isso caso eu seja atacado no caminho”, disse.



Outro peregrino, Khadija Tawfek Mouhsin, 39, relatou que seu irmão foi morto na jornada até Karbala, mas disse estar determinado a cumprir a rota.



Xiitas culpam governo



Líderes comunitários em Karbala se reuniram para discutir como garantir a segurança dos peregrinos, de acordo com um comunicado do premiê iraquiano, Nouri al Maliki. Ontem, o Exército iraquiano anunciou que destacaria soldados para vigiarem a rota dos peregrinos.



No anúncio, Al Maliki qualificou os atentados em Hilla de “crime horrível contra civis”, que não irá “ficar sem punição”. No entanto, alguns líderes xiitas culpam o governo pelo ocorrido.



“O governo tem sua parcela de responsabilidade por isso”, acusou o legislador xiita Bahaa al Araji. “Não foi providenciada a segurança suficiente para proteger os peregrinos”.



O governador de Karbala, Aqeel al Khazalie, disse que 10 mil policiais teriam sido  destacados na cidade.