Exposições inéditas retratam Cuba e o “Che fotógrafo”

No ano em que sua morte, a 9 de outubro de 1967, completa quatro décadas, o guerrilheiro argentino Ernesto Guevara de La Serna, o “Che”, líder é tema de uma exposição inédita em Paris. O evento chegará a São Paulo (SP) daqui a sete meses. Até lá, os morad

Che Fotógrafo, o evento francês, ocorre desde 8 de março e expõe cem fotos tiradas pelo próprio Che para uma agência de notícias mexicana. Antes de se tornar um dos líderes da Revolução Cubana, de 1959, o guerrilheiro adotou, meio a contragosto, a profissão de fotografo – e zarpou pelo mundo clicando eventos e cenas do cotidiano. Como bem resumiu a agência France Press (AFP), um dos principais atrativos da mostra, além da identidade do fotógrafo, é a variedade de temas.


 


Diz a AFP: “Os Jogos Pan-americanos do México-1955, as escolas populares cubanas, a realização de um filme, suas viagens por uma América Latina hoje desconhecida e pela África e o sudeste asiático, bem como outros importantes momentos de sua vida são mostrados nas paredes do Barrio Latino, um bar-discoteca situado perto da praça da Bastilha, em Paris”.


 


Workshop
As fotos estavam em poder de Camilo Guevara, filho mais velho de Che. Responsável pela produção, Alessandra Silvestri informou ao Vermelho, por e-mail, que “a grande exposição de Che fotógrafo deverá vir a São Paulo, em outubro, em lembrança aos 40 anos na morte do Che”.


 


A mostra voltará à cidade em 2008, para homenagear os 80 anos de nascimento do guerrilheiro. Alessandra também promove um workshop de fotografia em Havana, reunindo os melhores fotógrafos de Cuba. (saiba mais clicando aqui).


 


Fotos e textos
Com abertura prevista para as 20 horas de quinta-feira (15), Cuba, Até Cuando? traz fotos, igualmente inéditos, de ilha caribenha, que em 1961, dois anos após a revolução, adotou oficialmente o socialismo. De autoria do fotógrafo Davi Boarato, os retratos são acrescidos por textos do curador, Augusto M. dos Anjos.


 


“As fotos de Davi Boarato falam de uma Cuba mística, e ao mesmo tempo tão real; turística e tão cotidiana; revolucionária e agregada ao sistema; diferente de toda a América Latina e tão igual”, escreve Augusto.


 


Convite à reflexão
Segundo o curador, a marca da exposição – o que revela a “a verdadeira essência de Cuba” – é a descoberta de que o país é “fundamentalmente paradoxal”. O nome da exposição reflete essa multiplicidade: “Para cada indivíduo, habitante ou turista, partidário ou tradicionalista, haverá um ponto de vista diverso sobre o que é Cuba, ou ainda até quando Cuba será”.


 


Augusto M. dos Anjos acredita que a mostra, em vez de formar opiniões fechadas sobre a ilha socialista, é mais um convite à “própria visão sobre o paradoxo cubano”. Em seus quatro “monólogos diferentes porém inter-relacionados em um diálogo presente em cada foto”, Cuba, Até Cuando sugere uma suave reflexão.


 



Convite da mostra no Bardo Batata, em São Paulo


 


Da Redação,
André Cintra


 


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