Secretaria dos Portos agrada PSB e desagrada PR

Depois de uma reunião de seis horas, a executiva nacional do PSB reafirmou, nesta sexta-feira, em Recife, seu apoio integral ao governo Lula. A decisão foi tomada depois que o governo sugeriu a criação da Secretaria dos Portos, órgão que seria comandado p

O senador Renato Casagrande (PSB-ES), que vinha reclamando do desconforto e da situação de ''desequilíbrio'', ao se referir ao restrito espaço ocupado pelo partido no governo, disse nesta sexta-feira (16) que a situação se equilibrou com o convite do presidente para que o ministro da Integração, Pedro Brito, seja mantido na equipe à frente da Secretaria dos Portos, com status de ministro.


 


A governadora do Rio Grande do Norte, Wilma Faria (PSB), que teve de deixar a reunião um pouco antes do seu término, em um hotel no bairro de Boa Viagem, na zona sul, e disse estar ''inquieta''. ''O partido precisa ser mais ousado'', disse.


 


O presidente nacional do PSB, governador de Pernambuco Eduardo Campos, disse que na próxima semana tem reunião do bloco aliado do presidente e vai levar a preocupação de integrar pleitos dos governadores do PSB.


 



Nova secretaria desagrada PR


 


Por outro lado, o líder do PR (Partido da República, ex-PL) na Câmara, deputado Luciano Castro, afirmou nesta sexta-feira que o partido poderá abdicar de participar do governo do presidente Lula caso o Ministério dos Transportes seja desmembrado com a eventual criação da Secretaria dos Portos.


 


''Fica claro que, se (o governo) mantiver esse tipo de entendimento (criar a Secretaria), realmente, para nós é melhor não participar da administração'', declarou Castro. Ele fez a ressalva de que isso não significaria rompimento com o governo: ''Podemos, de alguma forma, manter a convivência política.''


 


Castro comentou que, quando o presidente Lula ofereceu o Ministério dos Transportes ao PR, ninguém jamais mencionou que uma parte do ministério seria retirada. A notícia sobre essa possibilidade, publicada nesta tarde e – ressaltou Castro – não confirmada pelo governo, deixa a legenda em situação desconfortável, segundo o líder. ''O governo nega que esteja fazendo essa divisão'', observou.


 


Castro afirmou que a idéia de dividir o Ministério dos Transportes em dois é equivocada, ''tecnicamente e politicamente'', porque o sistema de transportes no País é interligado. ''As ferrovias terminam nos portos. Não entendemos como a questão dos portos poderia ser tratada separadamente do Ministério dos Transportes'', argumentou.


 


Ele afirmou que o senador Alfredo Nascimento (PR) foi indicado ''para o Ministério dos Transportes inteiro'', e não para uma parte. Do ponto de vista político – argumentou o líder -, o partido entende que não há outra forma de participar a não ser com um ministério ''por inteiro''.


 


''Se o governo resolver tirar uma área importante do ministério, o partido tomará uma decisão de, talvez, não participar da administração do governo'', declarou Castro. Acrescentou que o PR ''nunca foi ao presidente reivindicar ministérios'' e lembrou que o partido tem 42 deputados e quatro senadores e ''é o parceiro mais leal da coligação'' o governista.


 


Da redação,
com agências