No G8 só EUA não admitem responsabilidade ambiental dos ricos

“Os Estados Unidos foram os únicos a rejeitar” a responsabilidade histórica dos países industrializados pelos problemas climáticos da atualidade, lamentou o ministro alemão do Meio Ambiente, Sigmar Gabriel, este sábado (17)). Mesmo completamente isolado d

Os demais participantes aceitaram a “responsabilidade dos países industrializados em relação aos países em desenvolvimento para apoiá-los em seus esforços em matéria de proteção ao meio ambiente, em particular de suas florestas tropicais”, ressaltou Gabriel ao término de uma cúpula de dois dias do G8 com cinco países emergentes, entre eles Brasil e México.



Insustentável a longo prazo



“Nos parece um retrocesso”, destacou o ministro, cujo país exerce a presidência anual do G8 e a semestral da União Européia (UE). “Consideramos isso lamentável”, disse ainda, embora ainda com a esperança de uma menor intransigência estadunidense. “Creio que a longo prazo esta posição não poderá ser mantida, porque sei que existe um grande interesse dos Estados Unidos na sobrevivência das florestas tropicais”, acrescentou.



Afora os EUA, os participantes “estavam de acordo com o fato de que uma parte do aquecimento global é irreversível e que os países industrializados são responsáveis pelas mudanças climáticas atuais, e que devem tomar medidas assim como desenvolver instrumentos financeiros para conter as conseqüências devastadoras nos países em desenvolvimentos”, resumiu o ministro alemão.



Preparação para a cúpula de junho



Uma das maiores conseqüências da industrialização dos últimos 150 anos nos países ricos é o desflorestamento, responsável por 20% do CO2 na atmosfera. As florestas têm a capacidade de absorver o dióxido de carbono. Os Estados Unidos se opõem a um segundo ponto relativo à negociação de emissões de CO2.



Com exceção dos EUA, os ministros do Meio Ambiente do G8 (EUA, Canadá, Alemanha, França, Grã-Bretanha, Itália, Japão e Rússia), assim como os de México, China, Índia, África do Sul e a delegação governamental do Brasil chegaram a um consenso neste sábado a respeito dos pontos principais de uma futura estratégia de luta contra o aquecimento global, mas este não tem valor de acordo.



A reunião de Potsdam serviu para preparar o terreno para a cúpula do G8 em Heiligendamm (norte da Alemanha), de 6 a 8 de junho, para a qual foram convidados também os chefes de Estado e de governo de Brasil, México e de outros três países emergentes, e que terá como tema principal as mudanças climáticas.



Entidades ambientalistas criticam



Grupos ambientalistas expressaram frustração neste sábado com o que disseram ser a falta de apoio dos EUA a medidas de combate à mudança climática.



Pouco antes de o encontro de ministros acabar, ativistas do meio ambiente disseram que não ver indícios de progresso em relação à necessidade de compromissos obrigatórios para a redução das emissões de gases que provocam o efeito estufa. “Até agora não houve grandes resultados e os EUA não se manifestaram”, disse Regine Guenther, chefe de clima e energia da seção alemã da organização ambiental WWF.



Da redação, com agências