Orlando Silva: Investimentos no Pan mudarão o Rio de Janeiro
O Rio de Janeiro será a capital do esporte das Américas em julho deste ano. Cerca de 5.500 atletas, representantes de 42 países, estarão aqui por ocasião dos Jogos Pan-Americanos, segundo maior acontecimento multiesportivo do mundo. No programa, todas as
Publicado 19/03/2007 09:26
Pela primeira vez na história, os Jogos Parapan-Americanos, competição que reúne atletas que possuem deficiência, acontecerá com o mesmo padrão do Pan. É o reconhecimento da importância do paradesporto e a apresentação do esporte como forma de mobilizar a sociedade pelos direitos das pessoas independentemente de sua condição.
A realização desse evento servirá para fortalecer os vínculos do Brasil em nossa região. A política externa brasileira estimula a cooperação com nossos vizinhos em vários planos: economia, política, cultura, incluindo a dimensão esportiva. O Pan permite a construção de laços de amizade entre os povos e estimula a cultura de paz em nosso continente.
Sediar grandes eventos esportivos é parte da estratégia de desenvolvimento do esporte brasileiro. O Pan demonstrará nossa capacidade de realização e qualificará o país a se incorporar ao circuito esportivo internacional. As instalações esportivas disponíveis e a experiência na organização de um evento dessa magnitude permitirão ao Brasil sediar torneios em várias modalidades.
Cada competição que realizamos permite a difusão dos vários esportes, o conhecimento e o estímulo da juventude para sua prática, além de contribuir para a melhor preparação técnica de nossas delegações.
Como país sede, ganhamos o direito de disputar todas as modalidades. Isso implica a preparação de equipes em esportes com pouca tradição no país, sementes para desenvolvimento dessas modalidades. A nossa delegação será a maior da história, consolidando avanços do esporte no último período.
O Pan tem sido excelente oportunidade para promoção do Brasil, é um convite para o mundo nos conhecer um pouco mais: nosso povo, cultura e natureza. Haverá incremento do turismo internacional e estímulo ao turismo interno. E o Rio se preparou para isso, sobretudo com a capacitação dos profissionais desse setor.
Os investimentos dos três níveis de governo em infra-estrutura urbana e esportiva significou relevante expansão de empregos na cidade do Rio de Janeiro. Os serviços mais complexos dos Jogos, por exemplo, vinculados a tecnologia da informação, permitem a qualificação de importante contingente de trabalhadores.
Milhares de moradores de 50 comunidades populares que se situam no entorno dos locais dos Jogos estão sendo beneficiados por programas sociais. Um dos destaques é o que atende mais de 10 mil jovens de regiões que fazem parte do circuito dos Jogos. Eles participarão diretamente da organização do Pan como guias cívicos. A turma, mobilizada pelos líderes comunitários dos próprios locais, já está tendo aulas de cidadania, ética, solidariedade, trânsito e turismo, além de noções de inglês e espanhol.
Estes jovens, a população em geral e os turistas terão uma cidade diferente a partir do Pan. O estádio olímpico João Havelange será o mais moderno do país, o complexo do Maracanã, totalmente reformado, teremos uma arena multiuso de última geração, um novo parque aquático, um velódromo de padrão internacional e um complexo esportivo na Vila Militar de Deodoro.
Muitas outras obras compõem um novo Rio em várias regiões. Quem chegar de avião encontrará um outro aeroporto Santos Dumont. Quem for de trem terá as estações remodeladas.
O Centro de Convenções do Riocentro será requalificado. A área do Recreio dos Bandeirantes foi urbanizada e, em Copacabana, os quiosques da orla foram totalmente remodelados, oferecendo higiene e beleza ao famoso cartão postal carioca.
A segurança pública terá o maior aporte de recursos já realizado em um só Estado. Tudo o que for feito ficará para o Rio e para o Brasil. Modernização de meios de comunicação, armas, viaturas, aeronaves e câmeras para monitorar a cidade. Um consistente planejamento e um forte trabalho de inteligência uniu todas as forças de segurança, dos vários níveis de governo. É a garantia de paz durante os Jogos. E tudo permanecerá no Rio depois do Pan.
O Pan no Brasil coloca o esporte na agenda nacional, estimula a atividade física cotidiana, importante para a produção de saúde, a qualidade de vida e a criação de um ambiente social mais amistoso. A juventude, referenciada em temas caros ao esporte, como a solidariedade, persistência, disciplina, entre outros, pode afirmar valores fundamentais para a formação cidadã.
Por isso, temos plena consciência da importância do Pan para o Brasil.
Orlando Silva (PCdoB) é ministro do Esporte.