Mantega: ''Brasil volta a ser a oitava economia do mundo''

''O Brasil passou a Itália e volta a ser a oitava economia mundial'', disse nesta quarta-feira (21/3) o ministro da Fazenda, Guido Mantega. A mudança advém da revisão, para cima, do Produto Interno Bruto (PIB) para 2005, de 2,3% para 2,9%, de acordo com n

Até o anúncio da nova metodologia utilizada pelo IBGE para medir o PIB, o Brasil ocupava a nona posição no ranking de maiores economias mundiais – o oitavo posto era da Itália. ''Agora estamos colando na França'', disse o ministro, referindo-se à atual sétima colocada na lista. Em tempo: no ano passado, a Itália teve um crescimento estimado em 1,6%, enquanto o Brasil, sem a revisão, cresceu 2,9%.



''Os fundamentos da economia melhoraram, mostraram mais vigor'' , disse o ministro, ao comentar a mudança no PIB. ''A grande conclusão é que a economia brasileira está crescendo mais do que imaginávamos'' , disse. ''Portanto, atingiremos as metas de crescimento acelerado mais rápido'' , afirmou.



Com base em dados mais detalhados fornecidos pelo IBGE, o ministro disse que a nova estatística ''dá mais precisão'' e serve para agregar ''as mudanças da realidade econômica, com o aparecimento e o fortalecimento de novos setores''.



Ele destacou o aumento do peso do setor de serviços no novo PIB, que subiu de 54,1% para 64%. Enquanto a participação do setor agropecuário caiu de 8% para 5,6%, e também a indústria de 37,9% para 30,3%, em dados relativos a 2005.



No caso dos serviços, o destaque é a área de informação, cujo desempenho nos dados antigos correspondia a 0,1% do PIB e subiu para 4,3% do PIB em 2005. '' São alinhamentos segundo tendências internacionais '' , justificou o ministro.



Governo FHC
Mantega fez questão de apontar que a revisão do IBGE para o PIB do período de 1995 a 2005 reduziu o crescimento médio da economia de 2,6% para 2,44%, no primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso. E no segundo mandato de 1999 a 2002, a média de variação real do PIB caiu de 2,3% para 2,15%.



Já no governo Lula, Mantega estimou que a média anual do PIB subiu de 2,6% para 3,3%. Apesar de dados somente até 2005, ele disse que foi estimado um aumento de 0,5 ponto percentual para o PIB de 2006, que na apuração antiga ficou em 2,9%.



PAC
O ministro não quis antecipar novas projeções do PIB para este ano, sob o argumento de que aguardará a divulgação, pelo IBGE, dos dados do PIB de 2006, prevista para a próxima semana.



O ministro adiantou apenas que os números que dão base ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) serão revistos. Mas ressaltou que os investimentos permanecerão os mesmos.