EUA acusados em Genebra de violar direitos humanos

Um relatório apresentado ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, que iniciou sua sessão nesta segunda-feira em Genebra, aponta violações e abusos cometidos pelos Estados Unidos a pretexto de combate ao terrorismo. O documento é de autoria do r

O relatório também afirma que as autoridades estadunidenses de imigração adotaram uma série da políticas e práticas voltadas contra determinados grupos, tomando como base seus países de origem ou nacionalidades. Outras pessoas tornam-se objeto de uma vigilância especial devido unicamente a sua religião.



O professor finlandês deu como exemplo a detenção de mais de 8 mil pessoas, submetidas a interrogatórios por serem árabes ou muçulmanas. E manifestou sua preocupação com a elaboração de perfis de supostos terroristas a partir de sua raça ou crença religiosa.



O relatório afirma que isso viola artigos do Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos, que proíbem a discriminação com base em tais critérios.



O mesmo foi observado na Alemanha, onde a polícia, depois dos atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, reteve e interrogou cerca de 32 mil pessoas supostamente ligadas ao terrorismo. No entanto, nenhuma delas sequer chegou a ser objeto de uma acusação formal.



No Reino Unido, prossegue o relatório, 8.120 pessoas foram detidas na rua em 2003 e 2004, sempre usando o recurso discriminatório da aparência étnica. Apenas cinco prisões derivaram das detenções em massa.



Scheinin recordou que o Programa de Ação aprovado em 2000 durante a Conferência Mundial Contra o Racismo possui um dispositivo concreto proibindo esse tipo de comportamento baseado nas características raciais das pessoas.



Em consequência, o Comitê pela Eliminação da Discriminação Racial exigiu que os Estados apontados zelem para que as medidas de combate ao terrorismo não promovam discriminações por motivos de raça, cor, ascendência ou origem nacional e étnica.