PF ouve acusados atrás de mais agentes envolvidos em corrupção

A Polícia Federal ouve desde a tarde deste sábado (14) suspeitos presos no esquema ligado a bingos e máquinas caça-níqueis, desbaratado ontem pela Operação Hurricane (furacão, em inglês). Entre bicheiros e membros do judiciário, a PF prendeu dois

A Polícia espera chegar a novos nomes, dentro da própria instituição, que “blindavam” o esquema de proteção ao jogo ilegal.


 


Segundo a rádio CBN, O depoimento, marcado para às 14 horas, atrasou porque o delegados que participaram da operação ontem estavam cansado. Advogados dos suspeitos protestaram contra a demora.


 


Novos nomes


 


Um dos suspeitos, segundo a PF, é o delegado federal aposentado Oscar Camargo Costa Filho, que já ocupou a Secretaria de Segurança Pública do Espírito Santo e hoje é advogado com escritório na Avenida Paulista.


 


As gravações da PF mostram Costa Filho intermediando conversas entre representantes de bingos e policiais federais. Na sexta-feira, o escritório e a residência do suspeito foram alvo de uma operação de busca e apreensão.


 


Transferidos


 


O delegado responsável pelo caso, Ângelo Gioia, disse que todos os 25 detidos chegaram à Brasília por volta das 6 horas da manhã e estavam sendo acomodados nas celas da carceragem da PF em Brasília. Por falta de espaço nas instalações físicas, a PF foi obrigada a transferir alguns presos que já estavam lá para a penitenciária da Papuda e, com isso, abrir espaço para os novos detidos que chegaram do Rio de Janeiro e da Bahia.


 


“Não havia como acomodar todo esse efetivo, e era impossível porque o espaço físico não comportava”, afirmou o delegado, acrescentando que nenhum dos presos está sozinho. Os detidos estão distribuídos entre três e cinco pessoas em cada cela. O delegado contou ainda que a PF comprou novos colchões para os presos já que os que existiam no prédio foram levados para a Papuda.


 


Por causa da demora nas acomodações físicas, os advogados não puderam ter acesso a seus clientes e alguns desistiram para voltar à tarde. Antes, porém, chegaram a contatar o conselheiro da Comissão de Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Bruno Rodrigues, para reclamar da dificuldade de conversar com os clientes. O delegado Gioia negou que tenha havido cerceamento de direito do contato dos advogados, “porque essa é uma prerrogativa constitucional” e explicou que houve demora na acomodação dos presos, mas que as conversas com os advogados já estão acontecendo.


 


Sem privilégios


 


Segundo Gioia, não está havendo privilégios aos presos, embora existam juízes e delegados entre eles. “Já estão todos encarcerados e nas mesmas condições de quaisquer presos”, afirmou o delegado. Ele relatou que todos serão alimentados com o “mesmo tipo de comida” e têm à disposição um médico de plantão.


 


Os advogados do bicheiro Antonio Petrus Kalil, o Turcão, manifestaram preocupação com a saúde do cliente e pediram para levar um médico particular e roupas. O delegado disse que a entrada de uma mala com roupas foi autorizada, mas não o médico.


 


Fonte: IG